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EUA lançam aplicativo para ‘autodeportação’ de migrantes

A ideia é que os estrangeiros usem o programa para comunicar ao governo sua intenção de deixar o país

EUA lançam aplicativo para ‘autodeportação’ de migrantes
EUA lançam aplicativo para ‘autodeportação’ de migrantes
O presidente dos EUA, Donald Trump, em 9 de março de 2025. Foto: Roberto Schmidt/AFP
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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou nesta segunda-feira 10 o aplicativo móvel CBP Home para a “autodeportação” de migrantes em situação irregular, informou o Departamento de Segurança Interna (DHS) em um comunicado.

A ideia é que os estrangeiros usem o aplicativo para comunicar ao governo sua intenção de deixar o país.

Podem utilizá-lo aqueles “estrangeiros que se encontram no país de maneira ilegal” ou aqueles cujas permissões de permanência temporária (conhecidas como “parole” em inglês) tenham sido revogadas.

“A autodeportação é a opção mais segura para os migrantes ilegais, ao mesmo tempo em que preserva os recursos das forças de segurança”, afirma o DHS no comunicado.

“Não só é mais segura, como também economiza o dinheiro dos contribuintes americanos e valiosos recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras e da Imigração e Controle de Alfândega, permitindo que se concentrem em estrangeiros criminosos perigosos”, acrescenta.

A função de autodeportação faz parte de uma campanha publicitária nacional e internacional que incentiva os migrantes a “não entrar e partir agora”.

O aplicativo móvel CBP One foi criado pelo governo do ex-presidente democrata Joe Biden para permitir que solicitantes de asilo agendassem uma entrada legal no país. Trump encerrou essa via legal por decreto.

O CBP One será automaticamente atualizado para CBP Home, que também está disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos móveis, informou o DHS.

“O aplicativo CBP Home dá aos estrangeiros a opção de sair agora e se autodeportar, para que ainda possam ter a chance de retornar legalmente no futuro e viver o sonho americano”, declarou a secretária do DHS, Kristi Noem, citada no comunicado.

“Se não o fizerem, nós os encontraremos, os deportaremos e eles nunca mais voltarão”, advertiu.

O DHS considera a ferramenta necessária para cumprir um decreto de Trump que promete “proteger o povo americano de invasões”.

O magnata republicano pretende realizar uma expulsão em massa de migrantes em situação irregular, os quais equipara a criminosos, apesar de estatísticas mostrarem que os índices de criminalidade diminuíram.

O ritmo das expulsões não tem avançado tão rapidamente quanto Trump gostaria, segundo diversos meios de comunicação americanos, que afirmam que o governo começou a submeter alguns funcionários do DHS ao polígrafo, ou seja, a detectores de mentiras, para verificar se vazaram informações à imprensa sobre onde ocorrerão as operações de captura.

A administração acredita que esses vazamentos contribuíram para a desaceleração do processo de expulsão.

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