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EUA, Japão e Coreia do Sul elevam nível de alerta ante ameaças da Coreia do Norte

EUA e Coreia do Sul elevam ameaça para o nível 2, estágio que antecede o estado de guerra. Cidade japonesa divulga por engano, no twitter, um lançamento de míssil norte-coreano

EUA e Coreia do Sul elevam ameaça para o nível 3, estágio que antecede o estado de guerra. Foto: ©afp.com / Jung Yeon-Je
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SEUL (AFP) – Coreia do Sul e Estados Unidos elevaram nesta quarta-feira 10 o nível de alerta ante a “ameaça vital” representada pela Coreia do Norte. Segundo eles, o regime norte-coreano estaria a ponto de executar um ou vários lançamentos de mísseis, motivados pela aproximação do aniversário da data de nascimento do fundador do país, 15 de abril.

Em face disso, o comando integrado das forças americanas e sul-coreanas alterou de 3 para 2 o nível de alerta – sendo que o nível 1 é sinônimo de guerra e o 4 equivale a tempos de paz.

Segundo o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung-Se, um lançamento de míssil pode acontecer a “qualquer momento a partir de agora”. Ele advertiu Pyongyang que tal ato provocaria novas sanções da ONU.

O lançamento pode coincidir com a visita a Seul do secretário de Estado americano, John Kerry, e do chefe da Otan, Anders Fogh Rasmussen, que chegarão à capital sul-coreana na sexta-feira.

Durante a semana passada, o regime norte-coreano, ignorando as advertências da vizinha e aliada China, enviou para sua costa leste dois mísseis Musudan, com um alcance teórico de 4 mil quilômetros. Ou seja, capacidade para atingir a Coreia do Sul, o Japão ou a ilha americana de Guam, segundo Seul.

Japão

O Japão também anunciou nesta quarta-feira 10 que se encontra em “estado de alerta” para interceptar qualquer míssil que ameace o arquipélago. Na terça-feira 9, baterias antimísseis foram instaladas no centro de Tóquio e ao redor da capital.

Ainda na terça, a cidade japonesa de Yokohama anunciou por engano em sua conta oficial do Twitter um disparo de míssil da Coreia do Norte. “Disparo de míssil: aqui a cidade de Yokohama. Segundo xx, às xx horas e xx minutos (ou seja há pouco), uma informação indica que um míssil foi disparado da Coreia do Norte. Fiquem atentos, por favor, às informações divulgadas pelas rádios e canais de televisão”, afirmava a mensagem.

O tuíte havia sido preparado com antecedência para ser divulgado no caso de disparo de míssil, mas foi publicado por descuido. Poucos minutos depois, o governo da cidade pediu desculpas. “Informação errada: enviamos há pouco por engano uma informação sobre o disparo de um míssil. Retificamos. Desculpas”.

Histórico

As tensões entre o regime de Pyongyang e os EUA e a Coreia do Sul, principalmente, aumentar com as novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU depois do teste nuclear de fevereiro. Outro fator agravante para o aumento da retórica belicista foram as atuais manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

A Coreia do Sul e seus aliados ocidentais questionam as verdadeiras intenções do jovem dirigente norte-coreano Kim Jong-Un, que ainda não completou 30 anos e sucedeu o pai, Kim Jong-Il, morto em dezembro de 2011.

Segundo uma fonte do governo citada pela agência Yonhap, o Norte poderia lançar vários mísseis, já que deslocamentos de veículos lançadores que transportavam Scuds – com um alcance de centenas de quilômetros – e Rodongs, capazes de viajar pouco mais de mil quilômetros foram detectados.

“Existem crescentes indícios de que são preparados os lançamentos de vários mísseis”, afirmou a fonte.

Visivelmente irritada com a reação de parte da comunidade internacional, que considera suas ameaças pura atitude retórica, a Coreia do Norte elevou ainda mais o tom com a ameaça de uma “guerra termonuclear” e a recomendação para que os estrangeiros abandonem a Coreia do Sul.

Nesta quarta-feira 10, o mais importante posto de fronteira da China com a Coreia do Norte, em Dandong, amanheceu fechado para os turistas, mas aberto para os negócios, segundo um funcionário da alfândega na cidade.

Além disso, Pyongyang retirou na terça-feira 9 os 53 mil funcionários norte-coreanos que trabalham no polo industrial de Kaesong. O acesso ao local está proibido aos sul-coreanos desde 3 de abril.

Leia mais em AFP Movel.

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