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EUA insistem que tarifas recíprocas entram em vigor em 2 de abril
A medida consiste em tarifar os produtos de um país que entram no Estados Unidos no mesmo nível que esse Estado aplica aos bens americanos
As tarifas “recíprocas” do presidente americano, Donald Trump, entrarão em vigor a partir de 2 de abril, confirmou nesta quinta-feira (20) a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
“O presidente foi particularmente claro sobre suas intenções para 2 de abril, que será um grande dia para nosso país”, disse Leavitt. “Entrarão em vigor tarifas importantes”, acrescentou.
As tarifas aduaneiras “recíprocas” consistem em tarifar os produtos de um país que entram no Estados Unidos no mesmo nível que esse Estado aplica aos bens americanos.
No início desta semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que Washington pode suspender as tarifas recíprocas se os países pararem com as práticas que considera injustas.
O governo “publicará a lista de tarifas aduaneiras aplicadas por outros países”, informou Bessent.
“Vamos dizer a eles, olhem, aqui é onde acreditamos que estão os níveis de tarifas, as barreiras não tarifárias, a manipulação da moeda, o financiamento injusto, a supressão trabalhista”, declarou.
Se renunciarem a essas práticas, acrescentou, “não levantaremos o muro tarifário”.
As barreiras não tarifárias podem incluir regulações que fecham de fato um mercado aos produtos de outro país produzidos com normas diferentes, assim como outras práticas como os subsídios que reduzem artificialmente o custo da produção.
Donald Trump os considera “injustos” e denuncia que prejudicam a economia americana por desrespeitar as normas do livre comércio.
Durante sua campanha, defendeu o uso de tarifas como meio para financiar o orçamento do governo federal, proteger algumas indústrias e reequilibrar a balança comercial dos Estados Unidos, que é amplamente deficitária.
Desde que voltou à Casa Branca, em 20 de janeiro, utilizou essa ferramenta como meio de pressão sobre países, em particular sobre Canadá e México, aos quais acusou de não fazer o suficiente para combater o tráfico de fentanil, um opioide sintético que causou uma grave crise sanitária nos Estados Unidos.
Impôs a seus vizinhos tarifas de 25%, mas adiou sua aplicação a boa parte dos produtos canadenses e mexicanos até 2 de abril, data de entrada em vigor das tarifas “recíprocas”.
Pelas mesmas razões aplicou 20% a mais de tarifas aos produtos chineses. Essas tarifas já estão vigentes.
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