Os Estados Unidos impuseram novas sanções nesta sexta-feira 13 a altos funcionários cubanos e a uma unidade militar desse país, na mais recente de uma série de ações de resposta à suposta repressão dos manifestantes contra o governo na ilha.
As sanções do Departamento do Tesouro afetam dois funcionários do Ministério do Interior e a unidade militar conhecida como os “boinas vermelhas”, devido ao seu papel na repressão das recentes e incomuns manifestações no país comunista e que acabaram com centenas de detidos.
“A ação de hoje chama a atenção para outros responsáveis por reprimir os apelos do povo cubano à liberdade e ao respeito dos direitos humanos”, disse Andrea M. Gacki, chefe do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro.
Essa é a terceira rodada de sanções dos Estados Unidos. O presidente Joe Biden alertou que vai impor medidas punitivas adicionais se Havana não promover reformas significativas.
O chanceler cubano Bruno Rodríguez rejeitou essas sanções imediatamente.
“Rejeito as medidas oportunistas dos EUA contra funcionários do @minint_cuba e as Tropas de Prevenção das FAR”, disse Rodríguez no Twitter, considerando que essas novas medidas “refletem a moral ambígua de um governo acostumado com a manipulação e a mentira para manter o bloqueio contra” a ilha.
O Tesouro sancionou anteriormente a polícia cubana e prometeu mais ações contra aqueles que “promovem os abusos dos direitos humanos contra manifestantes pacíficos”.
As medidas anunciadas nesta sexta-feira apontam para Romarico Vidal Sotomayor García e Pedro Orlando Martínez Fernández, do Ministério do Interior cubano, assim como para a unidade de boinas vermelhas das Forças Armadas Revolucionárias.
Ao adicioná-los à lista de sanções do Tesouro, as propriedades que tiverem nos Estados Unidos serão congeladas e as transações americanas proibidas.
Sotomayor é o chefe da Direção Política do ministério, que enviou forças contra os protestos que começaram no mês passado. Martínez dirige a Direção Política da Polícia Nacional Revolucionária, que foi sancionada anteriormente junto com as FAR, disse o Tesouro.
As forças de segurança “atacaram violentamente e prenderam manifestantes em toda Cuba“, disse o Tesouro no comunicado.
Biden afirmou que está observando de perto os acontecimentos na ilha, e Washington pediu a liberdade dos manifestantes detidos, enquanto diz que tenta encontrar formas de garantir o acesso à internet ao povo cubano.
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