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EUA e Reino Unido atacam huthis no Iêmen; Biden não descarta ‘outras medidas’

A ofensiva envolveu caças e mísseis Tomahawk

Membros da Guarda Costeira do Iêmen ligados ao grupo Huthi patrulham o mar, em 4 de janeiro de 2024. Foto: AFP
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Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram, nesta quinta-feira 11, ataques contra os rebeldes huthis no Iêmen em resposta às agressões do grupo apoiado pelo Irã contra embarcações no Mar Vermelho, informou a mídia americana.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou em um comunicado que os bombardeios atingiram “com sucesso” vários alvos huthis com o apoio de Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.

Biden afirmou que “não hesitará” em “ordenar outras medidas” para proteger os Estados Unidos e o comércio internacional.

Os huthis têm realizado um número crescente de agressões na importante rota marítima do Mar Vermelho desde o início da guerra de Gaza com o ataque sem precedentes do grupo islamista Hamas contra Israel, em 7 de outubro.

De acordo com a mídia americana, a ofensiva ocidental envolveu caças e mísseis Tomahawk.

Uma fonte huthi e testemunhas afirmaram que os ataques aéreos atingiram várias cidades do Iêmen, onde os rebeldes pró-iranianos controlam uma faixa de território.

Essa retaliação ocidental aumenta o risco de transformar uma situação já tensa no Oriente Médio em um conflito mais amplo que envolva os Estados Unidos e Israel contra o Irã e seus aliados regionais.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, convocou uma reunião de emergência do gabinete em Londres mais cedo nesta quinta-feira e aprovou os ataques contra os huthis, conforme relatado pela mídia.

Os rebeldes huthis afirmam estar agindo em resposta à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e têm lançado uma série de drones e mísseis em direção a Israel.

Esse grupo controla grande parte do Iêmen desde o início da guerra civil em 2014 e faz parte do chamado “eixo de resistência” contra Israel, apoiado pelo Irã.

Os Estados Unidos e seus aliados haviam emitido uma série de advertências cada vez mais severas aos huthis para que cessassem os ataques marítimos, embora ao mesmo tempo demonstrassem cautela quanto aos riscos de intensificar as tensões regionais no Oriente Médio.

Consequências

Em dezembro, Washington formou uma coalizão internacional para proteger o tráfego marítimo na região, por onde passa 12% do comércio mundial.

Doze nações lideradas pelos Estados Unidos advertiram então os huthis, em 3 de janeiro, de “consequências” se os ataques a navios comerciais não parassem imediatamente.

Mas, na noite de terça-feira, os rebeldes lançaram o que Londres chamou de o ataque mais significativo até o momento do grupo iemenita: as forças americanas e britânicas derrubaram 18 drones e três mísseis.

O secretário de Defesa britânico, Grant Shapps, disse na quarta-feira que “já chega”.

O Conselho de Segurança da ONU também instou, naquele dia, ao cessar imediato dos ataques navais, advertindo sobre uma ameaça à paz e à segurança regionais.

A gota d’água para os aliados ocidentais parece ter ocorrido na manhã de quinta-feira, quando o Exército americano declarou que os rebeldes haviam disparado um míssil balístico antinavio contra uma rota marítima no Golfo de Aden.

Segundo o Exército americano, foi o 27º ataque à navegação internacional no Mar Vermelho desde 19 de novembro.

A intensificação das agressões levou as companhias de navegação a evitar a rota e contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, gerando temores de perturbações na economia mundial.

Os huthis afirmam que atacam apenas navios vinculados a Israel ou a seus aliados.

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