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EUA defendem diálogo com Cuba se atender a ‘interesses americanos’

Diálogo aumenta ‘a segurança nacional dos Estados Unidos’, diz o Departamento de Estado em um comunicado

Bandeiras de Cuba e EUA na janela|Casa em Havana|Revolução Cubana
|Bandeiras de Cuba e dos EUA estendidas em Havana após retomada de relações|A Revolução Cubana foi uma revolução nacionalista com um programa misto de reformas democráticas |cuba fidel castro eua estados unidos diplomacia relações diplomáticas embargo guerra fria obama américa socialismo capitalismo havana|
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O governo do presidente Joe Biden está determinado a manter um diálogo com Cuba sempre que o mesmo atender aos interesses americanos, sublinhou o Departamento de Estado após uma reunião bilateral sobre segurança realizada nesta quarta-feira 7, em Washington.

Por sua vez, Havana esclareceu em um comunicado que este encontro “não contradiz o mais absoluto repúdio à inclusão injustificada e arbitrária de Cuba” na lista de patrocinadores do terrorismo do Departamento de Estado americano.

Esse diálogo aumenta “a segurança nacional dos Estados Unidos por meio de uma coordenação melhor das forças de ordem, o que permite proteger melhor os cidadãos americanos e levar os criminosos à justiça”, ressaltou o Departamento de Estado em um comunicado.

Para Washington, estreitar os canais bilaterais de cooperação policial “também melhora a defesa dos direitos humanos pelos Estados Unidos”, que impuseram um embargo econômico à ilha caribenha há mais de seis décadas. “A defesa dos direitos humanos faz parte de todas as conversas com Havana”.

Pelo menos 500 pessoas foram condenadas a até 25 anos de prisão por terem participado das manifestações históricas de 11 de julho de 2021 por melhorias econômicas e mais liberdades. Organizações de defesa dos direitos humanos e a embaixada dos Estados Unidos na ilha comunista elevaram esse número para mil.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou em comunicado que durante a reunião apresentou “informações e propostas de cooperação à parte americana sobre atividades de pessoas radicadas nos Estados Unidos, identificadas por sua ligação ao terrorismo”.

No início de dezembro, Cuba publicou uma lista de 61 pessoas e cerca de vinte organizações, a maioria residente nos Estados Unidos e sob investigação criminal na ilha por sua suposta relação com “atos de terrorismo”.

No encontro, as partes discutiram cooperação em questões como tráfico ilegal de migrantes, narcotráfico e outros flagelos, acrescentou a chancelaria cubana.

Este diálogo sobre segurança foi iniciado em 2015 durante o mandato do democrata Barack Obama, do qual Biden foi vice-presidente, após o restabelecimento dos laços diplomáticos bilaterais.

Entre 2015 e 2018, os dois antigos inimigos da Guerra Fria realizaram quatro diálogos desse tipo, que culminaram em 2017 na assinatura de um acordo de cooperação.

Mas o ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) encerrou a aproximação e voltou a incluir Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo, onde permanece sob o governo de Biden.

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