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EUA avançam em projeto de lei que pode barrar entrada de Alexandre de Moraes no país

O texto, no entanto, ainda precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado, além de receber sanção presidencial para entrar em vigor

EUA avançam em projeto de lei que pode barrar entrada de Alexandre de Moraes no país
EUA avançam em projeto de lei que pode barrar entrada de Alexandre de Moraes no país
O ministro do STF, Alexandre de Moraes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira 26, um projeto de lei que pode impedir a entrada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no país ou até mesmo deportá-lo.

A proposta, intitulada “No Censors on our Shores Act (“Sem Censores em Nosso Território”, em tradução livre, foi apresentada pelos deputados republicanos Darrell Issa (Califórnia) e María Elvira Salazar (Flórida) e segue agora para análise no plenário da Casa.

A medida proíbe a entrada no país e estabelece a deportação de autoridades estrangeiras que, segundo a legislação americana, tenham violado a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão. O texto, no entanto, ainda precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado, além de receber sanção presidencial para entrar em vigor.

A votação no Comitê Judiciário foi conduzida pelo republicano Jim Jordan (Ohio), presidente do colegiado e aliado de Donald Trump. Eram necessários 23 votos entre os 44 membros do comitê — 25 republicanos e 19 democratas, que são minoria na Casa.

Brasileiro foi alvo direto

O projeto foi apresentado em setembro do ano passado, em meio às críticas do empresário Elon Musk a Alexandre de Moraes. Na época, o ministro determinou o bloqueio da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil, após a empresa se recusar a cumprir decisões da Justiça brasileira. A rede social acabou restabelecida posteriormente.

Pelo X, o deputado republicano Darrell Issa defendeu o projeto afirmando que busca “impedir que autoridades estrangeiras censurem americanos”. “Vamos bloquear sua entrada neste país – ou mandá-lo embora se estiver aqui”, escreveu o congressista.

Issa também propôs o projeto de lei No Rogue Rulings Act (NORRA) para impedir que juízes federais dos Estados Unidos emitam liminares nacionais com o objetivo exclusivo de bloquear a agenda política de um presidente, algo que, segundo ele, tem ocorrido desde a posse de Donald Trump.

A legislação altera o Capítulo 85 do Título 28 do Código dos Estados Unidos, acrescentando uma “Limitação à autoridade para conceder medidas cautelares”. O NORRA também restringe o alcance das liminares, garantindo que afetem apenas as partes diretamente envolvidas no caso. O projeto conta com apoio republicano e tem boas chances de aprovação no Congresso, seguido de sanção por Trump.

Disputa política e impacto no Brasil

O tema voltou ao debate após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, na semana passada. Pouco depois, empresas de mídia ligadas ao presidente americano e a plataforma Rumble abriram um processo nos EUA contra Moraes, acusando-o de censura.

O ministro determinou a suspensão da Rumble no Brasil por descumprimento de regras locais, mas, nos Estados Unidos, um pedido de liminar contra a decisão foi negado pela Justiça americana na última terça-feira.

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