A Casa Branca comunicou nesta quarta-feira 19 que os Estados Unidos começaram a retirada de suas tropas da Síria, depois que o presidente americano, Donald Trump, declarou a derrota do grupo terrorista “Estado Islâmico” no país árabe.
Oficialmente, 2 mil soldados norte-americanos atuam no país. Seu papel principal é apoiar forças locais, em especial grupos curdos no norte sírio, no combate ao grupo terrorista.
Assessores militares de Trump contrários à decisão afirmam que ela equivale a uma traição aos curdos, principais aliados locais dos americanos.
“Começamos a trazer para casa as tropas dos EUA conforme passamos à fase seguinte desta campanha”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. Ela disse que, “há cinco anos, o EI era uma força muito poderosa e perigosa no Oriente Médio, e agora os EUA derrotaram o califado territorial”.
Ela ressaltou, no entanto, que a retirada de tropas dos EUA da Síria não significa o fim da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. Segundo Sanders, o governo americano continuará a trabalhar com aliados para “negar território, financiamento e apoio aos terroristas islâmicos”, bem como “quaisquer meios de infitração” pelas fronteiras americanas.
Sanders acrescentou que os EUA e seus parceiros “estão prontos para voltar a se unir em todos os níveis para defender os interesses de americanos onde for necessário”.
Antes, Trump havia afirmado no Twitter que a “única razão” para permanecer na Síria era a derrota do EI, um objetivo que seu governo considera cumprido depois de ter tirado dos extremistas o controle de quase todo o território que ocuparam em 2014. “Derrotamos o EI na Síria, a única razão para estar lá durante a presidência de Trump”, escreveu o presidente na rede social.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que respeita a decisão dos EUA de se retirar da Síria e advertiu que seu país “se protegerá” diante da nova situação.
Trump repetiu em diversas ocasiões que sua prioridade na Síria era erradicar o EI e abandonou a ideia de forçar uma transição que force a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Segundo o Pentágono, o EI só controla 1% do território que chegou a dominar em 2014, quando proclamou um califado na Síria e no Iraque.
Apesar de retirar suas tropas da Síria, os EUA manteriam seus soldados no Iraque, o que permitiria lançar ataques em solo sírio.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login