Estado de liberdade

Em um enclave na fronteira com a Tailândia, os rebeldes sobrevivem à margem da ditadura de Mianmar

Desafio. Falta organização, mas não vontade aos civis e soldados que combatem a junta militar comandada por Min Aung Hlaing – Imagem: STR/AFP e Alexander Zemlianichenko/AFP

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Em uma faixa movimentada no leste de Mianmar, restaurantes com abrigos antiaéreos servem pratos fervilhantes de carne regada a cerveja belga e vinho francês. Adolescentes encontram-se em salas de sinuca, mulheres relaxam nos salões de beleza e revolucionários são desenhados em estúdios de tatuagem. Desde o amanhecer, tigelas fumegantes de sopa de macarrão são devoradas em casas de chá e, ao anoitecer, graves trêmulos ecoam de um clube de karaokê. Mas, ao contrário do interior do país, esse assentamento tem uma ausência notável: o regime militar.

A junta de Mianmar, que tomou o poder com um golpe em fevereiro de 2021, perdeu a maior parte do estado de Kayah e porções da área sul do estado de Shan para uma resistência antigolpe. Kayah, o menor estado do país, que se estende rente à fronteira com a Tailândia, é coberto por morros verdes, florestas exuberantes e selva densa, divididos pelo Rio Salween. Nenhuma linha clara marca onde começa o regime militar, mas ele ainda domina as principais cidades e uma vasta área, do litoral às planícies centrais.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 9 de junho de 2023 20h05
militares são uma desgraça em todo o mundo.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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