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Esquerda francesa avança na criação de uma frente ampla para as eleições legislativas

O objetivo é impedir uma maioria no Parlamento favorável a Macron e impedir suas reformas, como o retardamento da idade de aposentadoria

Jean-Luc Mélenchon. Foto: Christophe SIMON/AFP
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Os comunistas se uniram, nesta terça-feira 3, a uma frente ampla com os principais partidos de esquerda na França, na tentativa de tomar a maioria parlamentar do presidente liberal, Emmanuel Macron, nas eleições legislativas de junho.

O Partido Comunista Francês, o PCF, alcançou um acordo com o partido de esquerda radical, França Insubmissa, semelhante ao alcançado com os ecologistas no domingo à noite. As negociações entre a LFI e o Partido Socialista continuam.

“Acordo entre a França Insubmissa e o PCF para as próximas eleições legislativas”, anunciou o partido em sua conta no Twitter, depois de seu conselho nacional aprovar o pacto por 120 votos a favor, 25 contra e 13 abstenções.

Após os quase 22% de votos alcançados pelo esquerdista Jean-Luc Mélenchon (LFI), que terminou em terceiro em abril nas eleições presidenciais, os partidos de esquerda procuram agora se unir para as eleições legislativas, marcadas para 12 e 19 de junho.

O objetivo é impedir uma maioria no Parlamento favorável a Macron, reeleito em 24 de abril ao vencer a ultradireitista Marine Le Pen, e impedir suas reformas, como o retardamento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos, muito impopular entre os eleitores de esquerda.

Grande parte dos franceses, segundo duas pesquisas publicadas logo depois da reeleição de Macron, quer que o liberal perca a maioria no Parlamento, o que abriria o caminho para o que chamam de “coabitação”.

A França já viveu esse modelo de governo no passado. Em 1997, Jacques Chirac nomeou como primeiro-ministro o socialista Lionel Jospin. O presidente conservador ocupou esse mesmo cargo anteriormente entre 1986 e 1988 sob seu antecessor socialista, François Mitterrand.

Jospin chegou ao cargo de primeiro-ministro após uma aliança de partidos em uma “esquerda plural”, liderada por ele, de que participaram ecologistas, comunistas e o Partido Radical de Esquerda.

A atual “Nova União Popular”, caso seja concluída, será liderada por Mélenchon, especialmente quando o resto dos partidos obtiveram menos de 5% dos votos na eleição presidencial. O último obstáculo é o PS, com o qual as discussões continuam.

O negociador do LFI, Manuel Bompard, revelou nesta terça-feira que as últimas divergências são sobre pontos do programa político, mas “essencialmente” sobre a distribuição dos círculos eleitorais, uma questão fundamental quando o sistema eleitoral francês é de voto uninominal em dois turnos.

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