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Esqueceram de mim

À exceção de Lula e de alguns líderes latinos, o mundo silencia diante da extradição de Julian Assange

Só um milagre. Com os recursos esgotados na Justiça britânica, resta a Assange apelar aos tribunais europeus de direitos humanos – Imagem: Alisdare Hickson e Redes sociais
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A advogada Stella Assange gasta as últimas energias em uma batalha perdida. Na segunda-feira 10, a mulher de Julian Assange, fundador do Wikileaks, esteve em Genebra em mais um evento destinado a despertar a atenção global para o drama do marido – e por pouco não passou despercebida. Há cerca de um mês, a Justiça britânica negou o último recurso apresentado pela defesa do jornalista e a extradição para os Estados Unidos, que o acusa de conspiração e espionagem, tornou-se iminente. “O padrão é qualificar o jornalismo como espionagem e o público como inimigo. Se isso for mantido, então todos os jornalistas serão vistos como inimigos”, alertou. Na reunião, a ativista agradeceu ao presidente Lula por suas críticas à perseguição de Assange. Quando o brasileiro fala, afirmou, “o mundo ouve”.

Lula, de fato, tem sido uma rara voz de apoio ao australiano. O presidente tem feito questão de criticar a perseguição ao jornalista, seja nas redes sociais, seja em viagens pelo Brasil ou ao exterior. “Vejo com preocupação a possibilidade iminente de extradição. Assange fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro”, publicou o petista em sua conta no ­Twitter. “A prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa.” As declarações de Lula levaram um grupo de ativistas dos direitos humanos a sugerir a concessão pelo Brasil de asilo a Assange, mas esta é, no momento, uma hipótese fora de cogitação.

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