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Espanha volta à recessão, pela segunda vez em três anos

Agência rebaixa nota de nove bancos, investimento estrangeiro despenca e o governo anuncia mais austeridade

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos (à esquerda), e o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, durante evento nesta segunda. Vem mais austeridade pela frente. Foto: Miguel Riopa / AFP
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A semana do Dia do Trabalho começou com uma série de péssimas notícias para a economia da Espanha. O país entrou oficialmente em recessão, as notas de nove bancos foram rebaixadas pela agência Standard & Poor’s, o nível de investimento estrangeiro na dívida espanhola caiu ao menor nível desde 2003 e, para completar, o governo conservador Mariano Rajoy confirmou que seguirá aplicando medidas de austeridade para tentar tirar o país da crise.

A Espanha voltou a entrar formalmente em recessão depois de registrar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3% no primeiro trimestre do ano, após um retrocesso, também de 0,3%, no último trimestre de 2011. O governo e os economistas já haviam antecipado um retrocesso de 0,3%, enquanto o Banco da Espanha, mais pessimista, projetava um recuo de 0,4% no primeiro trimestre. Em um comunicado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) explicou que o “comportamento foi uma consequência de uma contribuição mais negativa da demanda nacional (consumo residencial), compensada parcialmente por uma contribuição positiva da demanda externa (exportação e turismo)”.

Também nesta segunda-feira 30, a agência de classificação financeira Standard & Poor’s rebaixou as notas de nove bancos espanhóis, incluindo Santander e BBVA, assim como da Confederação de Caixas de Poupança (CECA), depois de uma redução de dois pontos da nota soberana da Espanha. Os bancos afetados pela medida são: Santander, sua filial Banesto, BBVA, Banco Sabadell, Ibercaja, Kutxabank, Banca Civica, Bankinter e Barclays. Outros dois bancos do país, CaixaBank e Bankia, estão sob ameaça de rebaixamento. As notas do Santander e do BBVA, líderes do setor, foram reduzidas em dois pontos, a primeira de A+ para A- e a segunda de A para BBB+.

A agência de classificação de risco tomou a decisão por entender ser preocupante a quantidade de títulos tóxicos detidos por esses bancos. De olho neste problema, o Banco da Espanha (central) contratou a mesma empresa de consultoria que trabalhou no caso da Irlanda, BlackRock, para criar um “banco ruim”, que reagruparia os ativos imobiliários ‘podres’ dos bancos do país, informa o jornal El Mundo. “A ideia seria segregar os ativos podres dos bancos espanhóis, de maneira que as instituições não sejam obrigadas a consolidá-las em seus balanços”, afirma o jornal.

Uma outra notícia ruim para a Espanha é a fuga de capital estrangeiro do país. Segundo o jornal El País, em apenas três meses, a participação total de estrangeiros na dívida estatal caiu 13 pontos porcentuais, de 50,48% em dezembro para 37,54% em março, o menor nível desde 2003, quando a participação chegou a 36,39%.

Governo anuncia “liberalização” do setor de transportes

Apesar das manifestações populares contra novas medidas de austeridade, o governo Rajoy vai continuar implementando tais medidas.


Na semana passada, Rajoy afirmou que toda sexta-feira anunciaria uma nova reforma e disse considerar “especial” a desta sexta-feira 4. Nesta segunda, a vice de Rajoy, Soraya Sáenz de Santamaría, afirmou que a reforma envolverá a “liberalização” dos Transportes na Espanha. A medida, de acordo com Soraya, tem como objetivo ter uma gestão de serviços de transportes “mais eficiente e austera”. A reforma deve incluir a privatização do alguns serviços do setor, o que pode implicar novas demissões e a redução de benefícios para os espanhóis. A Espanha já tem a mais alta taxa de desemprego na Europa, de 24%.

A semana do Dia do Trabalho começou com uma série de péssimas notícias para a economia da Espanha. O país entrou oficialmente em recessão, as notas de nove bancos foram rebaixadas pela agência Standard & Poor’s, o nível de investimento estrangeiro na dívida espanhola caiu ao menor nível desde 2003 e, para completar, o governo conservador Mariano Rajoy confirmou que seguirá aplicando medidas de austeridade para tentar tirar o país da crise.

A Espanha voltou a entrar formalmente em recessão depois de registrar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3% no primeiro trimestre do ano, após um retrocesso, também de 0,3%, no último trimestre de 2011. O governo e os economistas já haviam antecipado um retrocesso de 0,3%, enquanto o Banco da Espanha, mais pessimista, projetava um recuo de 0,4% no primeiro trimestre. Em um comunicado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) explicou que o “comportamento foi uma consequência de uma contribuição mais negativa da demanda nacional (consumo residencial), compensada parcialmente por uma contribuição positiva da demanda externa (exportação e turismo)”.

Também nesta segunda-feira 30, a agência de classificação financeira Standard & Poor’s rebaixou as notas de nove bancos espanhóis, incluindo Santander e BBVA, assim como da Confederação de Caixas de Poupança (CECA), depois de uma redução de dois pontos da nota soberana da Espanha. Os bancos afetados pela medida são: Santander, sua filial Banesto, BBVA, Banco Sabadell, Ibercaja, Kutxabank, Banca Civica, Bankinter e Barclays. Outros dois bancos do país, CaixaBank e Bankia, estão sob ameaça de rebaixamento. As notas do Santander e do BBVA, líderes do setor, foram reduzidas em dois pontos, a primeira de A+ para A- e a segunda de A para BBB+.

A agência de classificação de risco tomou a decisão por entender ser preocupante a quantidade de títulos tóxicos detidos por esses bancos. De olho neste problema, o Banco da Espanha (central) contratou a mesma empresa de consultoria que trabalhou no caso da Irlanda, BlackRock, para criar um “banco ruim”, que reagruparia os ativos imobiliários ‘podres’ dos bancos do país, informa o jornal El Mundo. “A ideia seria segregar os ativos podres dos bancos espanhóis, de maneira que as instituições não sejam obrigadas a consolidá-las em seus balanços”, afirma o jornal.

Uma outra notícia ruim para a Espanha é a fuga de capital estrangeiro do país. Segundo o jornal El País, em apenas três meses, a participação total de estrangeiros na dívida estatal caiu 13 pontos porcentuais, de 50,48% em dezembro para 37,54% em março, o menor nível desde 2003, quando a participação chegou a 36,39%.

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