Mundo
Escola na Flórida proíbe poema lido na posse de Biden
A mãe de dois alunos solicitou a retirada de cinco obras da biblioteca da escola, soba a alegação de que o conteúdo doutrinava os alunos com ‘teoria racial crítica e ideologia de gênero’


Uma escola da Flórida, nos Estados Unidos, proibiu alunos do ensino fundamental de ler várias obras disponíveis em sua biblioteca incluindo ‘As colinas que escalamos’, poema escrito e lido por Amanda Gorman durante a posse de Joe Biden como presidente. A informação foi confirmada, nesta quarta-feira 24, pela associação Florida Freedom to Read Project
De acordo com a associação, a escola tomou essa decisão após receber a reclamação de uma mãe de dois alunos do fundamental. Daily Salinas solicitou a retirada de cinco obras da biblioteca da escola, soba a alegação de que o conteúdo doutrinava os alunos com ‘teoria racial crítica e ideologia de gênero’.
O poema de Amanda agora estará disponível apenas para alunos do ensino médio no Bob Graham Education Center, em Miami Lakes. A instituição não se pronunciou oficialmente sobre os motivos da restrição.
Em seus versos, o poema traz um apelo à unidade e à esperança em um contexto de polarização nos Estados Unidos. Segundo a autora, o livro foi escrito para que todos os jovens pudessem “se ver em um momento histórico”.
“Privar as crianças da oportunidade de encontrar sua voz na literatura é uma violação de seu direito ao livre-pensamento e à liberdade de expressão”, acrescentou a autora, Amanda Gorman, nas redes sociais.
A notícia chega uma semana depois de a organização pela liberdade de expressão PEN America, a Penguin Random House e vários autores processarem um distrito escolar do noroeste da Flórida por remover ou restringir o acesso a certos livros.
A proibição de centenas de livros nas escolas americanas aumentou nos últimos meses como parte de uma batalha cultural travada pelos setores mais conservadores da sociedade contra a ideologia progressista, também conhecida como “woke”.
*Com informações da AFP
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.