Mundo
Erro em transcrição de escuta telefônica pode ter levado à renúncia do primeiro-ministro português
Transcrição trocou o nome de António Costa com o do ministro da Economia, António Costa Silva, em meio a investigação
O Ministério Público de Portugal é alvo de críticas, neste domingo 12, após admitir um erro na transcrição de uma escuta telefônica entre Diogo Lacerda Machado, amigo do primeiro-ministro António Costa, e Afonso Salema, consultor da Start Campus.
As notas transcritas fazem referência a “António Costa”, o que foi inicialmente atribuído ao primeiro-ministro. No entanto, ao analisar o contexto das conversas, foi possível perceber que o diálogo mencionava António Costa Silva, ministro da Economia.
Segundo a CNN Portugal, a Procuradoria reconheceu o erro durante o interrogatório de Diogo Lacerda Machado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. A escuta em questão destaca um diálogo entre Salema e Lacerda Machado sobre influenciar o governo para tratar de questões relacionadas à instalação de data centers.
“Tá bem. Eu vou decifrar se é Economia ou Finanças. Se for Finanças, falo logo com o Medina (ministro) ou com o António Mendes, que é o secretário de Estado. Se for Economia, arranjo maneira depois de chegar ao próprio António Costa”, diz um trecho da escuta.
“Acontece que quem é referido nesta escuta é António Costa Silva, ministro da Economia, e não António Costa, primeiro-ministro – o que causou uma interpretação errada face à truncagem na transcrição feita pelo Ministério Público que passou para o despacho de indiciação”, ressalta a CNN.
António Costa, o premiê, deixou o cargo na semana passada após ser alvo de uma busca e apreensão.
Apesar de aceitar a demissão, o presidente Marcelo Rebelo determinou que Costa fique no cargo até a realização de novas eleições para o parlamento, em março.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.