Mundo

Empresa culpa comandante pelo acidente

Proprietária do navio admite “erros de julgamento” e de procedimentos de emergência do funcionário, encontrado em terra horas antes de o resgate dos passageiros terminar

Proprietária do navio admite "erros de julgamento" e de procedimentos de emergência do funcionário, encontrado em terra horas antes de o resgate terminar. Foto: Enzo Russo/AFP
Apoie Siga-nos no

A empresa Costa Crociere, proprietária do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira 13 no litoral da Itália matando ao menos cinco pessoas, admitiu no domingo 15 que o comandante “cometeu erros de julgamento” e “não observou os procedimentos” para situações de emergência.

A Costa Crociere informou que as “decisões [do comandante] na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da empresa, que seguem as normas internacionais”.

No comunicado, a companhia destaca que Francesco Schettino foi contratado em 2002 como responsável de segurança e foi promovido a comandante em 2006, após concluir com sucesso todos os cursos de formação.

Veja?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> o vídeo do naufrágio na Itália aqui

O promotor da cidade de Grosseto, Francesco Verusio, confirmou no domingo que Schettino abandonou o barco “muito antes que todos os passageiros fossem retirados.”

Segundo a imprensa italiana, o comandante foi encontrado em terra às 23h40 (20h40 no horário de Brasília), e os últimos passageiros só foram retirados por volta das 5h (3h em Brasília).

Várias testemunhas e homens da Guarda Costeira disseram que o Costa Concordia navegava perto demais da costa da ilha de Giglio, situada diante do litoral do sul da Toscana. A embarcação teria feito inclusive uma manobra de “reverência” aos 800 moradores do local.

De acordo com Verusio, o comandante “se aproximou de forma imprudente da ilha de Giglio, e o navio se chocou contra uma rocha que destruiu boa parte de seu lado esquerdo, fazendo a embarcação adernar e receber uma enorme quantidade de água em dois ou três minutos.”

Após relatos de desordem na evacuação, a empresa dona do navio informou que membros da tripulação “realizam exercícios de evacuação a cada duas semanas” e que os “passageiros participam igualmente de um exercício” de abandono de navio logo após o embarque.

A companhia ainda destaca que as operações de resgate prosseguem e que não é possível informar um quadro definitivo da catástrofe por que “a situação está em constante evolução.”

Sobreviventes

Equipes de resgate localizaram três pessoas com vida dentro do navio Costa Concordia no domingo, mais de um dia após a embarcação turística encalhar e tombar no litoral italiano.

O acidente deixou ao menos cinco mortos, dois turistas franceses, um membro peruano da tripulação e dois homens encontrados na parte de trás do navio, de acordo com a imprensa italiana. Cerca de 30 ficaram feridos, sendo três em estado grave.

Entre os resgatados com vida dentro do navio está um casal sul-coreano em lua de mel e um tripulante italiano com um grave ferimento na perna, informou a BBC News.

Após os resgates e buscas na embarcação e na ilha de Giglio, local para onde os passageiros foram evacuados, o número de desaparecidos até o final do dia era de cerca de 17 pessoas.

O navio, que havia partido de Savona para um cruzeiro com escalas previstas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França), levava 4.234 passageiros quando se chocou com uma rocha e encalhou.

Segundo a empresa Costa Cruzeiros, dona da embarcação, todos os 53 brasileiros a bordo foram localizados e não sofreram ferimentos.

O capitão do navio, Francesco Schettino, e seu primeiro oficial, Ciro Ambrósio, foram presos e interrogados pela polícia no sábado 14. A procuradoria italiana informou que o comandante está sendo investigado por homicídio e abandono de embarcação.

No depoimento, o comandante alegou que as cartas de navegação utilizadas no navio não faziam referência à rocha que danificou a embarcação. Segundo o jornal italiano Corriere Della Sera, Schettino deve aguardar uma audiência na próxima semana na prisão.

Pânico

O navio “Costa Concordia” realizava um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo quando se chocou aparentemente contra uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio. A embarcação levava mais de 1,2 mil italianos, 500 alemães, 150 franceses, além de japoneses, indianos, espanhois e também brasileiros.

Segundo informações da agência de notícias AFP, o acidente ocorreu na hora do jantar e alguns passageiros chegaram a se jogar no oceano.


Luciano Castro, um dos passageiros do navio, disse à imprensa italiana que por volta de 21h30 (horário local) “todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa.”

Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar. A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro.

Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu “cenas de pânico dignas do ‘Titanic’”, com empurrões entre os evacuados, gritos e choros. Ela também denunciou o despreparo da tripulação e afirmou que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.


No total, 12 navios e nove helicópteros foram mobilizados para verificar se não havia pessoas no mar, informou o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.

O armador Costa Crociera, dono do barco, se declarou “consternado” e expressou seus pêsames às famílias. Indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a evacuação foi rápida, apesar de difícil.

A embarcação tinha 290 metros, 58 quartos com suíte e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.

Com informações AFP.

Leia mais em AFP Movel.

A empresa Costa Crociere, proprietária do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira 13 no litoral da Itália matando ao menos cinco pessoas, admitiu no domingo 15 que o comandante “cometeu erros de julgamento” e “não observou os procedimentos” para situações de emergência.

A Costa Crociere informou que as “decisões [do comandante] na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da empresa, que seguem as normas internacionais”.

No comunicado, a companhia destaca que Francesco Schettino foi contratado em 2002 como responsável de segurança e foi promovido a comandante em 2006, após concluir com sucesso todos os cursos de formação.

Veja?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> o vídeo do naufrágio na Itália aqui

O promotor da cidade de Grosseto, Francesco Verusio, confirmou no domingo que Schettino abandonou o barco “muito antes que todos os passageiros fossem retirados.”

Segundo a imprensa italiana, o comandante foi encontrado em terra às 23h40 (20h40 no horário de Brasília), e os últimos passageiros só foram retirados por volta das 5h (3h em Brasília).

Várias testemunhas e homens da Guarda Costeira disseram que o Costa Concordia navegava perto demais da costa da ilha de Giglio, situada diante do litoral do sul da Toscana. A embarcação teria feito inclusive uma manobra de “reverência” aos 800 moradores do local.

De acordo com Verusio, o comandante “se aproximou de forma imprudente da ilha de Giglio, e o navio se chocou contra uma rocha que destruiu boa parte de seu lado esquerdo, fazendo a embarcação adernar e receber uma enorme quantidade de água em dois ou três minutos.”

Após relatos de desordem na evacuação, a empresa dona do navio informou que membros da tripulação “realizam exercícios de evacuação a cada duas semanas” e que os “passageiros participam igualmente de um exercício” de abandono de navio logo após o embarque.

A companhia ainda destaca que as operações de resgate prosseguem e que não é possível informar um quadro definitivo da catástrofe por que “a situação está em constante evolução.”

Sobreviventes

Equipes de resgate localizaram três pessoas com vida dentro do navio Costa Concordia no domingo, mais de um dia após a embarcação turística encalhar e tombar no litoral italiano.

O acidente deixou ao menos cinco mortos, dois turistas franceses, um membro peruano da tripulação e dois homens encontrados na parte de trás do navio, de acordo com a imprensa italiana. Cerca de 30 ficaram feridos, sendo três em estado grave.

Entre os resgatados com vida dentro do navio está um casal sul-coreano em lua de mel e um tripulante italiano com um grave ferimento na perna, informou a BBC News.

Após os resgates e buscas na embarcação e na ilha de Giglio, local para onde os passageiros foram evacuados, o número de desaparecidos até o final do dia era de cerca de 17 pessoas.

O navio, que havia partido de Savona para um cruzeiro com escalas previstas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França), levava 4.234 passageiros quando se chocou com uma rocha e encalhou.

Segundo a empresa Costa Cruzeiros, dona da embarcação, todos os 53 brasileiros a bordo foram localizados e não sofreram ferimentos.

O capitão do navio, Francesco Schettino, e seu primeiro oficial, Ciro Ambrósio, foram presos e interrogados pela polícia no sábado 14. A procuradoria italiana informou que o comandante está sendo investigado por homicídio e abandono de embarcação.

No depoimento, o comandante alegou que as cartas de navegação utilizadas no navio não faziam referência à rocha que danificou a embarcação. Segundo o jornal italiano Corriere Della Sera, Schettino deve aguardar uma audiência na próxima semana na prisão.

Pânico

O navio “Costa Concordia” realizava um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo quando se chocou aparentemente contra uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio. A embarcação levava mais de 1,2 mil italianos, 500 alemães, 150 franceses, além de japoneses, indianos, espanhois e também brasileiros.

Segundo informações da agência de notícias AFP, o acidente ocorreu na hora do jantar e alguns passageiros chegaram a se jogar no oceano.


Luciano Castro, um dos passageiros do navio, disse à imprensa italiana que por volta de 21h30 (horário local) “todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa.”

Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar. A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro.

Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu “cenas de pânico dignas do ‘Titanic’”, com empurrões entre os evacuados, gritos e choros. Ela também denunciou o despreparo da tripulação e afirmou que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.


No total, 12 navios e nove helicópteros foram mobilizados para verificar se não havia pessoas no mar, informou o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.

O armador Costa Crociera, dono do barco, se declarou “consternado” e expressou seus pêsames às famílias. Indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a evacuação foi rápida, apesar de difícil.

A embarcação tinha 290 metros, 58 quartos com suíte e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.

Com informações AFP.

Leia mais em AFP Movel.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo