Mundo
Embaixador do Catar na Copa do Mundo define homossexualidade como ‘dano mental’
O reino do Golfo recebeu críticas antes da Copa do Mundo por seu histórico de direitos humanos, incluindo o tratamento aos trabalhadores migrantes e sua posição sobre os direitos das mulheres e LGBTQIA+


O ex-jogador da seleção do Catar e embaixador da Copa do Mundo Khalid Salman chamou a homossexualidade de “dano mental” em uma entrevista que será exibida na televisão alemã nesta terça-feira.
O país tolerará visitantes homossexuais, mas “eles têm que aceitar nossas regras”, disse Salman em entrevista ao canal ZDF filmada no Catar.
Na entrevista, abruptamente interrompida após os comentários, Salman acrescentou que a homossexualidade é “haram”, um pecado proibido no Islã.
A homossexualidade é ilegal no emirado.
Os capitães de seleções europeias como Inglaterra, França ou Alemanha vão usar braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem “One Love” numa campanha antidiscriminação.
Torcedores nos estádios da Alemanha pediram no sábado o boicote à Copa do Mundo.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse na semana passada durante uma visita ao Catar que assistirá a Copa do Mundo depois de receber “garantias de segurança” do primeiro-ministro do emirado para os torcedores LGBTQIA+.
Alguns deputados alemães acompanharam a ministra durante a visita, mas a comissária de direitos humanos do governo, Luise Amtsberg, não participou na viagem.
Faeser já havia declarado que a sede da Copa do Mundo no Catar era algo “muito sensível” do ponto de vista de Berlim, o que levou Doha a convocar o embaixador alemão para consultas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Copa do Mundo: Em carta às seleções, Fifa pede foco no futebol e não na política
Por Marina Verenicz
‘Comemoração’ prometida por Neymar a Bolsonaro durante a Copa é proibida pela Fifa
Por CartaCapital