Mundo

Em último vídeo do mandato, Merkel pede que população se vacine

A líder, que na próxima quarta passará o poder a Olaf Scholz, agradeceu ainda aos cidadãos que ‘respeitam as regras’

Em último vídeo do mandato, Merkel pede que população se vacine
Em último vídeo do mandato, Merkel pede que população se vacine
(Foto: John Macdougall AFP)
Apoie Siga-nos no

A chanceler alemã Angela Merkel, que deixará o poder na próxima quarta-feira 8, voltou a defender neste sábado 4 a vacinação contra a Covid-19, no último de uma série de mais de 600 vídeos gravados e publicado nas redes sociais, desde 2006.

“Peço mais uma vez e insisto: levem esse vírus a sério. A nova variante ômicron parece ainda mais contagiosa que as anteriores. Vacinem-se. Não importa se é uma primeira dose ou uma dose reforço. Qualquer vacinação é útil”, disse a chanceler alemã na mensagem. Ela ressaltou que a quarta onda da Covid-19 na Alemanha é “dramática” em algumas regiões, onde as unidades de terapia intensiva estão sobrecarregadas. “Isso poderia ter sido evitado. Com vacinas eficazes e seguras, temos a solução”, insistiu Merkel.

A líder, que na próxima quarta-feira 8 passará o poder ao futuro chanceler Olaf Scholz agradeceu ainda à “grande maioria” de cidadãos que “respeitam as regras” e tem “senso cívico.” Uma das primeiras tarefas do próximo governo, formado por uma coalizão de social-democratas, verdes e liberais, será a aprovação de um projeto de vacinação obrigatória contra a Covid-19, a partir de fevereiro ou março de 2022, que é apoiado por boa parte dos partidos políticos.

A primeira gravação de Angela Merkel aconteceu em 2006, antes do início da Copa do Mundo de Futebol no país. “Meu desejo, na época, era que a Copa do Mundo se transformasse em uma grande festa fora dos estádios. Ele foi realizado como em um conto de fadas”, lembrou a chanceler alemã, que utilizou as mensagens em vídeo para falar sobre temas variados: meio-ambiente, cultura, segurança, digitalização, igualdade de direitos e luta contra o antisemitismo. Nos últimos dois anos, entretanto, Merkel falou basicamente sobre a epidemia.

Restrições para vacinados

Em meio a uma grave onda epidêmica, a chanceler decidiu, nesta quinta-feira (2), aumentar as restrições para pessoas não vacinadas contra a Covid-19, na tentativa de conter a quarta onda de infecções.

“A situação é muito, muito complicada”, disse o futuro chanceler Olaf Scholz, após um encontro com Merkel e com os líderes das 16 regiões do país. Nos últimos dias, os números se estabilizaram mas continuam alarmantes, com dezenas de milhares de novos casos diários e hospitais à beira do colapso.

Para lidar com as infecções, as autoridades decidiram aplicar restrições a pessoas não vacinadas, que representam cerca de um terço da população. “Vamos organizar atividades culturais e de lazer em toda a Alemanha, mas apenas para pessoas vacinadas ou recuperadas” da Covid-19, disse Merkel. A chamada regra “2G”, em referência a pessoas vacinadas ou recuperadas, “também será estendida ao comércio, com exceção de lojas de produtos básicos”, disse a chanceler.

Pessoas não vacinadas já estão sujeitas a restrições de acesso às vias públicas há várias semanas, mas as regras variam e não atingem todas as regiões do país. Para evitar multidões nas festividades de final de ano, o governo e as regiões também proibiram fogos de artifício, muito populares entre os alemães.

Clubes e boates terão que fechar se o marco dos 350 casos para cada 100 mil habitantes for ultrapassado, o que já aconteceu na maioria das regiões. O uso de máscaras também voltou a ser obrigatório nas escolas do país.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo