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Em tom desafiador, Trump defende suas ações nos distúrbios do Capitólio

‘O Serviço Secreto me disse que eu não poderia ir. Eu teria ido lá em um minuto’, afirmou o magnata de extrema-direita em entrevista

O ex-presidente dos EUA Donald Trump. Foto: AFP
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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump defendeu sua conduta durante a invasão do Congresso em uma entrevista incendiária publicada nesta quinta-feira 7, dizendo que não se arrepende de ter chamado seus partidários republicanos a participarem dos distúrbios em Washington.

Trump disse ao jornal The Washington Post que teria acompanhado seus apoiadores enquanto marchavam para o Capitólio, a sede legislativa dos EUA, mas foi impedido antes de chegar por sua equipe de segurança.

“O Serviço Secreto me disse que eu não poderia ir. Eu teria ido lá em um minuto”, garantiu ele na entrevista, acrescentando que aquela foi a maior multidão com quem ele já falou.

Milhares de apoiadores do magnata republicano ultrapassaram os postos de controle da polícia e invadiram o Capitólio no ano passado, em um esforço para impedir a certificação legislativa da vitória eleitoral de seu sucessor e a transferência pacífica de poder depois que o democrata Joe Biden obteve uma vitória decisiva em 2020. Cinco pessoas morreram nos distúrbios, incluindo um policial.

Mas Trump não se arrependeu de incitar a multidão com alegações não comprovadas de que sua vitória foi roubada por meio de fraude generalizada, embora tenha sido claro ao condenar a violência que se seguiu ao comício dos apoiadores republicanos.

Trump se gabou repetidamente do tamanho “tremendo” da multidão em seu comício antes dos tumultos e negou sua retórica explosiva que agitou a multidão.

“Não sei o que isso significa, mas você vê muito poucas imagens. Eles não querem mostrar imagens, as ‘fake news‘ (como Trump chamava a mídia crítica) não querem mostrar imagens”, afirmou.

O ex-presidente defendeu seu longo silêncio durante os incidentes, transferindo a culpa para a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, embora ela não seja responsável pela vigilância no Capitólio e tenha sido alvo dos distúrbios.

O que aconteceu naquele 6 de janeiro é objeto de uma investigação minuciosa por uma comissão especial do Congresso e também pelo sistema de justiça.

Mais de 750 pessoas foram presas nessa investigação histórica, incluindo alguns líderes de grupos de extrema-direita. Para evitar o julgamento, mais de 200 réus se declararam culpados, dos quais cerca de 70 já foram sentenciados em um tribunal federal. A pena mais severa foi de cinco anos de prisão.

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