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Em sessão tensa, Câmara dos Deputados da Argentina repudia atentado contra Cristina

Um texto aprovado pela Casa faz um apelo à convivência pacífica; parlamentares do partido de Macri deixaram a audiência sem fazer pronunciamento

FOTO: ARGENTINIAN CHAMBER OF DEPUTIES/AFP
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A Câmara dos Deputados da Argentina realizou neste sábado 3 uma tensa sessão especial na qual tentou transmitir um sinal de unidade política e repudiar o atentado contra a vice-presidenta Cristina Kirchner, na noite da quinta-feira 1º.

Um texto aprovado pela Casa rechaça o ataque e faz um apelo à convivência pacífica.

“A Ilustre Câmara dos Deputados da Nação expressa seu forte repúdio à tentativa de magnicídio”, diz um trecho da redação. “Exigimos o pronto e completo esclarecimento e a condenação dos responsáveis por este lamentável acontecimento, que mancha a vida na democracia. Exortamos a toda liderança e à população que busquem os caminhos que levem à paz social.”

A redação foi acertada no último minuto entre as bancadas parlamentares e votada por braços erguidos. Apesar de aprovarem o texto, os deputados do Pro, partido do ex-presidente neoliberal Mauricio Macri, deixaram a sessão sem fazer qualquer pronunciamento.

“Não queremos que este evento gravíssimo seja usado com o objetivo de gerar mais divisão, atribuir culpados e muito menos tornar-se uma plataforma para atacar a oposição política, o Poder Judiciário e a mídia”, alegaram depois.

Entre os opositores que permaneceram na sessão, o deputado Mario Negri, do Partido Radical, lamentou “o discurso que aponta que o violento é o outro”.

“É puro cinismo, é olhar a trave no olho alheio. Não ajuda, não é sincero. É preciso um grande mea culpa para ter a dignidade de convocar um acordo para defender a democracia.”

O Senado, presidido por Cristina Kirchner, já havia condenado formalmente o ataque na noite de quinta-feira.

O brasileiro preso após tentar atirar na vice-presidenta recusou-se a prestar depoimento à juíza María Eugenia Capuchetti e ao fiscal Carlos Rívolo, na sexta 2. Segundo o jornal La Nación, porém, Fernando Sabag Montiel recorreu a expressões racistas ao afirmar ter sofrido golpes no rosto no momento de sua detenção.

Em sua oitiva, Cristina relatou não ter percebido que um homem sacou uma arma e tentou disparar contra ela. “Em nenhum momento se deu conta do ataque. Só se inteirou quando subiu ao seu apartamento”, diz um trecho do testemunho, divulgado pelo site Pagina 12.

(Com informações da AFP)

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