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Em plena recessão, Argentina lança oficialmente campanha eleitoral

Desde o ano passado, país enfrenta a pobreza, o desemprego e a inflação

O ex-presidente da Argentina, Maurício Macri. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Argentina deu o pontapé inicial neste sábado (22), em plena recessão, na campanha para as eleições presidenciais de 27 de outubro, onde se afrontarão o atual presidente de centro-direita Mauricio Macri e Alberto Fernandez, um peronista favorito nas pesquisas.

Também candidato é o centrista Roberto Lavagna, eclipsado pelo duelo entre Macri e Fernandez, que está em consonância com a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

O país, em recessão desde o ano passado, enfrenta a pobreza (32% da população em 2018), o desemprego (10,1% no 1º trimestre de 2019) e a inflação (47,6% em 2018 e mais de 19% de janeiro até maio). O PIB da Argentina recuou 5,8% no primeiro trimestre. Somado a isso, um aumento de até 1.000% no preço da eletricidade, gás, água e transporte.

Essa recessão afetou a popularidade de Macri, um engenheiro de 60 anos que quer ser reeleito por mais 4 anos, mas não a ponto de desqualificá-lo.

Crítico às políticas protecionistas, controles e subsídios que caracterizaram o governo de Cristina Kirchner, Macri recebeu em 2018 uma ajuda do Fundo Monetário Internacional, que lançou um empréstimo de US$56 bilhões para tentar estabilizar a terceira maior economia da América Latina.

Em troca, o governo argentino lançou um plano de austeridade para reduzir o déficit do Estado.

As últimas pesquisas dão menos de 30% para Macri, contra mais de 30% para Fernandez, que se apresenta como mais “social” e promete “tornar a Argentina habitável”. Fernández era o chefe de gabinete do presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e, em seguida, em 2008, de sua viúva, Cristina.

Macri pede aos eleitores um voto de confiança “para não voltar ao passado”, em referência ao período de Kirchner. Ele se apresenta com a coalizão que o acompanhou nos últimos anos, integrada pelo Proposta Republicana (PRO) e pela União Cívica Radical (UCR).

Por outro lado, a chapa de Alberto Fernández, que reúne diversas correntes do peronismo de centro e de esquerda, e que aparece com vantagem nas pesquisas com mais de 30% das preferências, exalta as dificuldades econômicas, prometendo “mobilidade social ascendente” e “tornar a Argentina habitável”.

Fernández, que foi chefe de gabinete do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e também em 2008, durante o primeiro ano de governo de sua viúva Cristina, trouxe o toque de moderação necessária para atrair os setores peronistas distantes da visceral ex-presidente.

A terceira força em disputa é a chapa do ex-ministro da Economia Roberto Lavagna e do governador de Salta Manuel Urtubey, que despertam cerca de 10% das intenções de voto.

A dupla tem ganhado espaço apostando numa tentativa de despolarizar a sociedade, muito polarizada nos últimos.

No entanto, essa iniciativa perdeu força com a incorporação de Fernandez à chapa eleitoral Kirchner.

No primeiro turno de outubro, um candidato só sairá vitorioso se obtiver 45% dos votos, ou se receber 40% e uma diferença maior que 10% com o segundo mais votado. Caso contrário, haverá um segundo turno em 24 de novembro.

(Com informações da AFP)

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