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Em Londres, os ricos vivem mais e melhor

Estudo do serviço de saúde britânico aponta disparidade de 18 anos de vida “saudável” entre as populações de regiões prósperas e pobres da cidade

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De Londres

Apesar de ser uma cidade com indicadores elevados de qualidade de vida, Londres é separada por um abismo nos índices de vida saudável entre pobres e ricos. Um relatório do Instituto Nacional de Estatísticas (ONS, em inglês), divulgado nesta semana, mostrou que a população de uma das áreas mais carentes da capital britânica tem expectativa de anos de vida saudáveis quase duas décadas menor que em uma parte rica da cidade.

Segundo os dados, as mulheres de Richmond, na região metropolitana da capital, têm expectativa de viver 86 anos, dos quais 72,1 serão “saudáveis”. Em Tower Hamlets, um bairro pobre de Londres, as mulheres vivem, em média, 81,9 anos, mas apenas 54,1 deles em estado de saúde saudável.

Entre os homens das duas áreas, a disparidade é menor. Em Richmond, eles possuem expectativa de vida de 81,5 anos, sendo 70,3 classificados como “saudáveis”. Por outro lado, os homens de Tower Hamlets vivem, em média, 76,7 anos, com apenas 55,7 “saudáveis”.

No estudo, especialistas calcularam que o tempo gasto em “muito boa” e “boa” saúde durante a vida, baseado na percepção de cada um sobre seu bem estar, variava conforme fatores socioeconômicos. A região de Richmond, por exemplo, é repleta de vilas ricas, prósperas e mais de um terço de seu território de área verde aberta. Há apenas 4% de desemprego. A população é pouco diversa etnicamente, com apenas 14% dos moradores não são brancos, um indicativo de condições de vida piores não apenas para imigrantes, mas também para britânicos negros.

Em Tower Hamlets, por outro lado, o desemprego é de 13,4%, o maior em Londres e um dos mais elevados do país. Todas as áreas da região têm maior proporção de solicitantes de benefícios trabalhistas que a média da capital. O local tem uma das populações mais diversas etnicamente do Reino Unido, com “apenas” 31% de “britânicos brancos”.

O levantamento foi conduzido pelo sistema de saúde pública em Londres (NHS, em inglês), para saber como lidar melhor com as diferenças entre as regiões ricas e pobres da cidade.

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