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Em Hong Kong, professores marcham em apoio a manifestantes

Um milhão de professores marchou pacificamente em apoio aos manifestantes que ocupam as ruas há mais de dois meses

Foto: Isaac Lawrence/AFP
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Apesar da forte chuva, os professores de Hong Kong se reuniram neste sábado 17 no centro de negócios da região semiautônoma chinesa, numa marcha pacífica em solidariedade aos manifestantes que ocupam as ruas da cidade há mais de dois meses.

Organizada pelo Sindicato de Professores Profissionais e autorizada pela polícia, a caminhada teve como destino a residência da chefe do executivo local, Carrie Lam. Lá, manifestantes gritaram: “A polícia de Hong Kong conhece a lei e viola a lei.” Muitos professores empunhavam cartazes com os dizeres: “Protejam a próxima geração”.

De acordo com a organização, os professores concordam com as cinco reivindicações dos manifestantes: retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, realização de inquérito independente à violência policial e a demissão da chefe do executivo Carrie Lam.

Para domingo 18, está programada uma grande manifestação que a polícia autorizou, mas proibiu a marcha de protesto, disse um porta-voz de um dos movimentos que organiza a iniciativa. Há mais de dois meses Hong Kong é palco de protestos maciços, marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que tem usado balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Mais recentemente, o aeroporto de Hong Kong foi palco de manifestações, com as autoridades sendo obrigadas a cancelar centenas de voos no início da semana, naquela que é uma das infraestruturas aeroportuárias mais movimentadas do mundo.

Nesta semana, o governo chinês enviou tanques para a cidade de Shenzhen, na fronteira com Hong Kong, onde realizaram exercícios militares. No contexto do exercício, a mídia estatal chinesa aludiu à existência de “uma clara advertência aos desordeiros em Hong Kong”. Além disso, foi observado que as tarefas das tropas incluem intervenções em tumultos civis e ataques terroristas.

Os manifestantes protestam contra a erosão do princípio “um país, dois sistemas”, que, desde a retrocessão de 1997, marca a soberania chinesa sobre a ex-colônia britânica, e garante um certo nível de autonomia em Hong Kong, preservando as liberdades individuais.

A megalópole do Sul da China vive sua pior crise em duas décadas, com manifestações quase diárias. O movimento se transformou em um desafio para o controle de Pequim sobre Hong Kong.

Trump quer conversar com presidente chinês

Depois de não ter falado nada sobre essa situação por semanas, o que o levou a ser acusado de manter uma posição indulgente para com o regime chinês, o presidente americano, Donald Trump, disse estar “preocupado” com o risco de repressão violenta.

A declaração pode piorar ainda mais as relações entre ambos os países, mergulhados em uma guerra comercial. Trump também anunciou que planeja falar em breve com o presidente chinês, Xi Jinping, e exigiu que Pequim “resolva o problema em Hong Kong de maneira humana”.

*Com informações de RFI

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