Mundo
Eleitores britânicos tendem a apoiar partido antimuçulmano, mais que rejeitá-lo
Pesquisa sugere que muitos eleitores estão abertos a opiniões ligadas a grupos de extrema-direita
Por Mark Townsend
Um número maior de pessoas apoiaria um partido político que prometesse deter toda a imigração ou reduzir o número de muçulmanos do que outro que incentive o multiculturalismo, segundo uma pesquisa realizada depois dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Apesar de o evento esportivo ter sido anunciado como a celebração de uma sociedade diversificada, a pesquisa sugere que grande parte do eleitorado continua aberta a opiniões tradicionalmente associadas a grupos de extrema-direita.
A pesquisa, realizada pela YouGov com 1.750 participantes, descobriu que 41% das pessoas estariam mais inclinadas a votar em um partido que prometesse deter toda a imigração, contra 28% que disseram estar menos propensas a apoiar um grupo que promovesse essas políticas.
Além disso, 37% admitiram que estariam mais inclinadas a apoiar um partido político que prometesse reduzir o número de muçulmanos na Grã-Bretanha e a presença do islamismo na sociedade, comparadas com 23% que estariam menos inclinadas.
Matthew Goodwin, do Extremis Project, um grupo independente que monitora o extremismo e o terrorismo e que encomendou a pesquisa, disse que apesar de a Grã-Bretanha não ter um partido político extremista bem-sucedido grande parte do público é suscetível à ideologia de extrema-direita. Ele disse: “Os resultados apontam claramente para ansiedades públicas persistentes sobre o desempenho das elites dominantes na política e na economia, sobre a imigração e também o papel dos muçulmanos e do islamismo na sociedade”.
Na Europa, os partidos de extrema-direita ganharam um apoio crescente: a Frente Nacional de Marine Le Pen, na França, obteve recentemente 6,5 milhões de votos, e uma pesquisa na Grécia indica que o apoio ao partido Alvorada Dourada, neonazista, cresceu de 7% para 10,5% na última eleição. No entanto, o Partido da Liberdade de Geert Wilders, na Holanda, ferozmente anti-islâmico, conquistou apenas 15 assentos nas eleições da semana passada, contra 24 no pleito anterior.
Os resultados da pesquisa no Reino Unido sugerem, porém, que a Grã-Bretanha poderá se esforçar para abrigar grupos de extrema-direita capazes de tal popularidade, revelando uma notável divisão de gerações nas atitudes em relação ao multiculturalismo. Ela revelou que a grande maioria dos jovens de 18 a 24 anos rejeitava as políticas radicais de direita, e 60% disseram que um partido que faça campanha para deter a imigração os tornaria menos inclinados a apoiá-lo, ou que isso não lhes interessava.
Menos de um quarto dos jovens de 18 a 24 anos disseram que estariam mais inclinados a votar em um partido que prometesse deter toda a imigração, comparados com mais da metade no grupo acima de 60 anos. De modo semelhante, 27% do grupo mais jovem disseram que votariam em um partido que fizesse campanha para reduzir o número de muçulmanos, comparados com 49% dos maiores de 60 anos.
Goodwin, que é palestrante na Universidade de Nottingham, disse: “Enquanto vemos novas evidências de uma geração emergente que é mais tolerante com a imigração e a diversidade, permanece um claro potencial para um partido que… prometa deter a imigração, reduzir o número de muçulmanos e priorizar os valores britânicos tradicionais sobre outras culturas”.
Por Mark Townsend
Um número maior de pessoas apoiaria um partido político que prometesse deter toda a imigração ou reduzir o número de muçulmanos do que outro que incentive o multiculturalismo, segundo uma pesquisa realizada depois dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Apesar de o evento esportivo ter sido anunciado como a celebração de uma sociedade diversificada, a pesquisa sugere que grande parte do eleitorado continua aberta a opiniões tradicionalmente associadas a grupos de extrema-direita.
A pesquisa, realizada pela YouGov com 1.750 participantes, descobriu que 41% das pessoas estariam mais inclinadas a votar em um partido que prometesse deter toda a imigração, contra 28% que disseram estar menos propensas a apoiar um grupo que promovesse essas políticas.
Além disso, 37% admitiram que estariam mais inclinadas a apoiar um partido político que prometesse reduzir o número de muçulmanos na Grã-Bretanha e a presença do islamismo na sociedade, comparadas com 23% que estariam menos inclinadas.
Matthew Goodwin, do Extremis Project, um grupo independente que monitora o extremismo e o terrorismo e que encomendou a pesquisa, disse que apesar de a Grã-Bretanha não ter um partido político extremista bem-sucedido grande parte do público é suscetível à ideologia de extrema-direita. Ele disse: “Os resultados apontam claramente para ansiedades públicas persistentes sobre o desempenho das elites dominantes na política e na economia, sobre a imigração e também o papel dos muçulmanos e do islamismo na sociedade”.
Na Europa, os partidos de extrema-direita ganharam um apoio crescente: a Frente Nacional de Marine Le Pen, na França, obteve recentemente 6,5 milhões de votos, e uma pesquisa na Grécia indica que o apoio ao partido Alvorada Dourada, neonazista, cresceu de 7% para 10,5% na última eleição. No entanto, o Partido da Liberdade de Geert Wilders, na Holanda, ferozmente anti-islâmico, conquistou apenas 15 assentos nas eleições da semana passada, contra 24 no pleito anterior.
Os resultados da pesquisa no Reino Unido sugerem, porém, que a Grã-Bretanha poderá se esforçar para abrigar grupos de extrema-direita capazes de tal popularidade, revelando uma notável divisão de gerações nas atitudes em relação ao multiculturalismo. Ela revelou que a grande maioria dos jovens de 18 a 24 anos rejeitava as políticas radicais de direita, e 60% disseram que um partido que faça campanha para deter a imigração os tornaria menos inclinados a apoiá-lo, ou que isso não lhes interessava.
Menos de um quarto dos jovens de 18 a 24 anos disseram que estariam mais inclinados a votar em um partido que prometesse deter toda a imigração, comparados com mais da metade no grupo acima de 60 anos. De modo semelhante, 27% do grupo mais jovem disseram que votariam em um partido que fizesse campanha para reduzir o número de muçulmanos, comparados com 49% dos maiores de 60 anos.
Goodwin, que é palestrante na Universidade de Nottingham, disse: “Enquanto vemos novas evidências de uma geração emergente que é mais tolerante com a imigração e a diversidade, permanece um claro potencial para um partido que… prometa deter a imigração, reduzir o número de muçulmanos e priorizar os valores britânicos tradicionais sobre outras culturas”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.