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Egito pede ação internacional contra o Estado Islâmico na Líbia

Após ataque de caças egípcios a posições do “Estado Islâmico” na Líbia, o presidente Sisi defende a criação de uma coalizão internacional para combater o grupo extremista. França e Itália apoiam

O Egito atacou alvos do Estado Islâmico na Líbia, na segunda-feira 16, em retaliação à execução em massa de cristãos egípcios
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Um dia após caças egípcios atacarem posições do grupo terrorista “Estado Islâmico” (EI) na Líbia, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas por uma resolução que estabeleça uma coalizão internacional para intervir no país vizinho.

“Não há outra escolha, levando-se em conta o acordo entre o povo e o governo líbio, e o fato de que eles nos pedem para agir”, afirmou Sisi nesta terça-feira 17, em entrevista a uma rádio francesa. “Precisamos agir novamente, todos juntos.”

No domingo, o EI divulgou um vídeo mostrando a decapitação de 21 cristãos coptas egípcios, o que levou Cairo a intervir no conflito além de suas fronteiras e aumentou a preocupação de que os insurgentes islamistas, que já dominam grande parte do território do Iraque e da Síria, estariam ampliando sua influência para o norte da África.

Sisi se referiu à guerra de 2011 na Líbia, quando a França integrou uma coalizão que depôs o ditador Muammar Kadafi, como uma “missão inacabada”. “Abandonamos os líbios como prisioneiros das milícias extremistas”, observou.

O presidente egípcio defendeu que armamentos sejam enviados ao governo internacionalmente reconhecido da Líbia, sediado na cidade de Tobruk desde que forças rivais tomaram a capital, Trípoli. O governo líbio já havia pedido a retirada o embargo internacional sobre o comércio de armas ao país, para que possa retomar o controle de seu território.

Apoio da Itália e da França

França e Egito Além do apoio, os ministros de Defesa francês e egípcio assinaram um acordo militar multibilionário por caças Rafaele. Foto: Khaled Desouki/ AFP

Na segunda-feira 16, autoridades italianas afirmaram que Roma avalia sua participação em uma possível intervenção militar na Líbia, no intuito de impedir os avanços do EI. A ministra da Defesa italiana, Roberta Pinotti, declarou que Roma poderia contribuir com o envio de 5 mil soldados. O premiê italiano, Matteo Renzi, ressaltou, porém, que seu governo vai esperar até que o Conselho de Segurança da ONU trabalhe diplomaticamente em relação à Líbia.

Com a deterioração da segurança no país, aumentou o número de imigrantes ilegais que tentam chegar de barco à Itália a partir da Líbia. As autoridades italianas temem que terroristas se misturem entre os refugiados com o objetivo de praticar atentados na Europa.

A França, que teve papel fundamental na derrubada de Kadafi, vem há meses defendendo alguma forma de ação internacional na Líbia. O governo francês anunciou nesta segunda-feira um acordo para a venda de caças militares ao Egito. Tropas francesas já estão posicionadas próximo à fronteira do Níger com a Líbia, como parte de uma força antiterrorista.

O gabinete do presidente François Hollande afirmou que ele e Sisi “reforçaram a importância de que o Conselho de Segurança se reúna e que a comunidade internacional tome novas medidas para confrontar esse perigo”.

RC/rtr/ap

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