A Justiça do Egito arquivou, neste sábado 29, as acusações contra o ex-ditador Hosni Mubarak e anulou sua condenação à prisão perpétua pela morte de 239 manifestantes durante os protestos de 2011.
Há dois anos, Mubarak foi sentenciado por conspirar contra os ativistas que pediam sua saída do poder e por disseminar o caos e gerar um vácuo de segurança durante os 18 dias de revolta. A corte de apelação egípcia ordenou, porém, um novo julgamento.
Além de Mubarak, o ex-ministro do interior Habib al-Adly e seis assessores foram inocentados. Cabe recurso da decisão. O ex-ditador ainda não foi solto: ele cumpre uma pena de três anos por ter utilizado recursos públicos para reformas de sua residência e de seus filhos.
O juiz criminal responsável pelo caso afirmou que a decisão não tem “relação com política”. O atual presidente, Abdel Fattah el-Sisi, cercou-se, contudo, de ex-ministros e assessores de Mubarak. Muitos dos principais ativistas de 2011 estão na cadeia, enquanto as lideranças do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana e vencedor nas eleições de 2012, estão presos por terrorismo.