Mundo
Egito: Justiça anula condenação de Mubarak à prisão perpétua
Sentenciado em 2012 pela morte de manifestantes durante os protestos que levaram à sua queda, ex-ditador segue, porém, preso por crime de corrupção
A Justiça do Egito arquivou, neste sábado 29, as acusações contra o ex-ditador Hosni Mubarak e anulou sua condenação à prisão perpétua pela morte de 239 manifestantes durante os protestos de 2011.
Há dois anos, Mubarak foi sentenciado por conspirar contra os ativistas que pediam sua saída do poder e por disseminar o caos e gerar um vácuo de segurança durante os 18 dias de revolta. A corte de apelação egípcia ordenou, porém, um novo julgamento.
Além de Mubarak, o ex-ministro do interior Habib al-Adly e seis assessores foram inocentados. Cabe recurso da decisão. O ex-ditador ainda não foi solto: ele cumpre uma pena de três anos por ter utilizado recursos públicos para reformas de sua residência e de seus filhos.
O juiz criminal responsável pelo caso afirmou que a decisão não tem “relação com política”. O atual presidente, Abdel Fattah el-Sisi, cercou-se, contudo, de ex-ministros e assessores de Mubarak. Muitos dos principais ativistas de 2011 estão na cadeia, enquanto as lideranças do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana e vencedor nas eleições de 2012, estão presos por terrorismo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.


