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Dois conservadores lideram pesquisas para presidência do Paraguai
A um mês da eleição, candidatos de esquerda não conseguiram formar bloco coeso após impeachment do ex-presidente Fernando Lugo em 2012
ASSUNÇÃO (AFP) – Os candidatos conservadores Horacio Cartes, do oposicionista Partido Colorado, e Efraín Alegre, do governista Partido Liberal, lideram a corrida presidencial no Paraguai. A esquerda, dividida após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo no ano passado, tem apenas cerca de 10% das intenções de voto. As eleições ocorrem em 21 de abril.
Horacio Cartes, um rico empresário do setor de produção do tabaco do Partido Colorado, lidera as pesquisas com 37% das intenções de voto, segundo sondagens feitas pela ‘First Analisis y Estudios’, publicadas pelo jornal ABC.
Em segundo lugar está Efraín Alegre, senador do Partido Liberal e ex-ministro de Lugo, com 30% das preferências do eleitorado.
“Cartes leva uma vantagem considerável, mas a campanha em si acaba de começar. A eleição não está resolvida. Acredito que vai se definir nos últimos 15 dias”, diz à AFP Francisco Capli, diretor da First.
O analista estima que a participação nas eleições nacionais para presidente, vice-presidente, senadores, deputados e governadores dos departamentos (estados) deve ficar entre 60 e 65%.
Segundo Capli, à exceção dos políticos, o restante da população “ainda está indiferente”.
Além de Cartes e Alegre, outros quatro candidatos de esquerda concorrem. Entre eles está o conhecido apresentador de televisão Mario Ferreiro, do partido Avança País (com 9% das intenções de votos); Aníbal Carrillo, da Frente Guazú (com menos de 2%), e Lilian Soto, do Kuñá Pyrendá, e Coco Arce, do Partido dos Trabalhadores, que não chegam a 1%.
Os candidatos conservadores Miguel Carrizosa, de Patria Querida, e Lino Oviedo Sánchez, do Unace, filho do falecido militar, têm 3,2% e 3,1%, respectivamente.
Tanto o favorito Cartes como Alegre defenderam o retorno do Paraguai ao Mercosul e à Unasul, órgãos dos quais o país foi excluído por decisão da maioria dos chefes dos Estados membros devido à destituição de Lugo. Para eles, a ação foi um “golpe parlamentar”.
Após o impeachment, sete países sul-americanos retiraram seus embaixadores de Assunção.
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