Mundo

Discurso de ódio contra China cresce de forma alarmante no Twitter por coronavírus

Os resultados de um estudo israelense coincide com os alertas feitos por grupos de direitos humanos, ativistas e políticos

Discurso de ódio contra China cresce de forma alarmante no Twitter por coronavírus
Discurso de ódio contra China cresce de forma alarmante no Twitter por coronavírus
Pessoas viajaram para o Ano Novo Lunar com máscaras de proteção. Foto: Nicolas Asfouri/AFP
Apoie Siga-nos no

A pandemia do novo coronavírus gerou um aumento de 900% nas mensagens de ódio contra a China (onde a Covid-19 foi detectada pela primeira vez) e os chineses em geral no Twitter, aponta um estudo israelense.

“As pessoas passam cada vez mais tempo nas redes sociais e em aplicativos de mensagens e jogos, e os problemas endêmicos dessas plataformas, como o ódio, abuso, toxicidade e intimidação, acentuaram-se”, assinala a empresa L1ght, com sede en Israel, em seu relatório.

 

“Segundo nossos dados, boa parte desse ódio e abuso está se dirigindo à China e sua população, bem como a indivíduos de origem asiática em outras partes do mundo”, acresenta a startup, que usa a inteligência artificial para detectar conteúdo maléfico nas redes sociais.

A L1ght indica que, embora as redes tenham servido para compartilhar histórias inspiradoras, também espalham mensagens carregadas de ódio. “Os tuítes tóxicos usam uma linguagem explícita para acusar os asiáticos de serem portadores do novo coronavírus e culpar as pessoas de origem asiática em seu conjunto pela propagação do vírus”, aponta o estudo.

Segundo o texto, muita gente usa hashtags racistas, como #Kungflu, #chinesevirus e #communistvirus quando tuíta sobre a pandemia. O tráfego em sites de ódio cresceu cerca de 200%, segundo o relatório, que aponta alguns veículos de comunicação como incentivadores deste tipo de reação contra os asiáticos.

O estudo cita um vídeo do canal Sky News Australia intitulado “A China infligiu voluntariamente o coronavírus ao mundo”, que “gerou milhares de comentários, a maioria deles tóxicos e de ódio”.

O relatório coincide com os alertas feitos por grupos de direitos humanos, ativistas e políticos nos Estados Unidos sobre um aumento do número de incidentes racistas dirigidos aos asiáticos que vivem no país.

Segundo críticos, as repetidas referências do presidente Donald Trump à Covid-19 como “vírus chinês” também deu lugar à xenofobia.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo