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Diretor da Human Rights Watch diz que foi proibido de entrar em Hong Kong

Kenneth Roth iria apresentar o relatório anual da ONG de defesa dos direitos humanos, após vários meses de manifestações pró-democracia

Diretor da Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth. Foto: John THYS / AFP
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O diretor da Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth, anunciou neste domingo 12 que as autoridades de Hong Kong vetaram sua entrada no território, onde ele tinha que apresentar o relatório anual da ONG de defesa dos direitos humanos, após vários meses de manifestações pró-democracia.

“Esperava poder trazer à luz os ataques cada vez mais fortes que Pequim está realizando contra os esforços internacionais para apoiar os direitos humanos”, disse Roth em comunicado. “Essa recusa em me deixar entrar em Hong Kong é um exemplo magnífico”, acrescentou.

 

Através de um vídeo publicado no Twitter, o diretor da HRW, com sede em Nova York, informou que assim que chegou ao aeroporto de Hong Kong, foi impedido de entrar no território.  Segundo Roth, as autoridades alegaram “razões relacionadas à imigração”, sem dar mais explicações.

No início de dezembro, a China anunciou sanções – sem especificar que tipo – contra cidadãos e entidadas dos Estados Unidos, incluindo a HRW, em retaliação à votação do Congresso americano sobre uma lei que apoia os manifestantes pró-democracia de Hong Kong.

Naquela época, o ministro das Relações Exteriores da China acusou as ONGs de “apoiar as forças anti-chinesas” e “promover atividades separatistas em favor da independência de Hong Kong”. Nos últimos anos, vários professores, pesquisadores, políticos e jornalistas críticos da política de Pequim no enclave foram proibidos de entrar em Hong Kong.

China defende seu direito de proibir entrada

A China defendeu nesta segunda-feira (13) seu direito de proibir a entrada do responsável da organização Human Rights Watch (HRW) em Hong Kong, alegando que os diretores da ONG são responsáveis pela revolta na ex-colônia britânica e precisam “pagar o preço”.

Há um mês, a China anunciou sanções contra ONGs americanas, incluindo a HRW, em retaliação à lei americana recentemente aprovada em favor do movimento pró-democracia de Hong Kong. “Permitir ou não permitir que alguém entre na China é um direito soberano”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang.

“Muitos fatos e evidências mostram que esta ONG apoiou várias formas radicais anti-China, incentivou a violência extremista e criminal, bem como atividades separatistas”, explicou Geng. “Tem uma grande responsabilidade pelo caos atual em Hong Kong. Essas organizações precisam ser punidas e devem pagar o preço”, insistiu o porta-voz.

O chefe da HRW se junta à lista cada vez mais longa de professores, pesquisadores, políticos e ativistas abertamente críticos da China que não foram autorizados a entrar nos últimos anos.

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