Mundo
‘Direito à alimentação’: Presidente do Peru pede na ONU a normalização das exportações de fertilizantes russos
Pedro Castillo defendeu um cessar-fogo na guerra e o início das negociações entre Moscou e Kiev


O presidente do Peru, Pedro Castillo, pediu nesta terça-feira 20 que se respeite o “direito à alimentação”, facilitando as exportações de grãos ucranianos e fertilizantes russos. O mandatário discursou na Assembleia-Geral da ONU.
“É necessário dar continuidade ao acordo que permite a exportação de cereais da Ucrânia e (…) fazer arranjos para normalizar as exportações russas de fertilizantes, cuja carência está sufocando os agricultores mais pobres do mundo em desenvolvimento”, disse. “É essencial evitar que as sanções econômicas afetem a segurança alimentar. Em última análise, é um problema que se refere ao respeito ao direito humano à alimentação.”
A escassez de fertilizantes e outros problemas decorrentes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia prejudicam os produtores agrícolas peruanos e estimularam um forte aumento nos preços dos alimentos no país.
Em agosto, os alimentos subiram 1,71% em média no Peru, e a inflação anualizada chega a 8,4%. Esses números não eram vistos há três décadas.
Castillo defendeu um cessar-fogo na guerra e o início das negociações entre Moscou e Kiev. Também destacou que “o Peru reconhece plenamente o direito da Argentina às Ilhas Malvinas”.
O presidente vestiu terno e gravata, algo incomum para ele, e, ao contrário do ano passado, quando falou pela primeira vez na Assembleia-Geral, não usou o chapéu branco dos camponeses de sua região natal, Cajamarca, um símbolo da campanha eleitoral que o levou ao poder.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Na ONU, Macron classifica invasão russa da Ucrânia como um ‘retorno ao imperialismo’
Por AFP
Presidente da Colômbia denuncia na ONU o fracasso da ‘guerra às drogas’
Por AFP
Imprensa internacional repercute discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
Por Agência O Globo