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Diplomacia brasileira pretende evitar ataques à Rússia em declaração final do G7

Lula participa da reunião de cúpula no próximo final de semana

Foto: Juan Medina/Reuters
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará para Hiroshima, no Japão, na próxima quarta-feira 17, para participar da reunião do G7. Ao final da reunião da cúpula, será assinada uma declaração conjunta. O objetivo da diplomacia brasileira é que o documento cite o conflito entre Rússia e Ucrânia, mas não represente uma condenação frontal dos russos.

De acordo com Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty, a ideia é fazer uma declaração sobre insegurança alimentar no mundo – o que passa, inevitavelmente, pelos efeitos da guerra -, mas em linha com o tom que a diplomacia brasileira vem adotando.

“Como é uma declaração sobre segurança alimentar e há efeitos do conflito na Ucrânia sobre acesso a alimentos, uma referência inicial será feita ao conflito na Ucrânia”, explicou Lyrio nesta segunda-feira 15. “E, naturalmente, o governo brasileiro negocia essa linguagem, para que seja compatível com a linguagem que o Brasil tem usado sobre o tema, inclusive tem defendido na negociação de resoluções em diversas instâncias internacionais, como a própria ONU.”

A expectativa é que a reunião do G7 apresente, ao final, dois documentos. Um será assinado pelo grupo, formado por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá. O outro deverá ser assinado pelo G7 e pelos países convidados: Índia, Indonésia, Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Ilhas Cook e Comores, além do Brasil.

Segundo Lyrio, Lula terá reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Indonésia, Joko Widodo; e com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. A presença do petista é particularmente importante em razão das tratativas sobre acordos ambientais.

Temas como energia, meio ambiente, desenvolvimento, inflação global, alimentação e gênero devem estar na pauta dos encontros, além do conflito entre Rússia e Ucrânia. Desde a sua primeira passagem pela Presidência da República, esta será a sétima participação de Lula em uma reunião do G7. 

No início da semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajou ao Japão, onde teve reuniões com ministros de outros países e autoridades financeiras. Na última quinta-feira 11, ele se encontrou com a secretária de Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.

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