O relatório de um estudo feito pelo Twitter e publicado na quinta-feira 21 aponta que o algoritmo da plataforma favorece o alcance de publicações de políticos da direita e de veículos de comunicação americanos considerados mais conservadores.
A análise concluiu que, em seis dos sete países analisados, a “direita política desfruta de maior amplificação algorítmica do que a esquerda”.
De 1º de abril a 15 de agosto de 2020, pesquisadores analisaram mensagens do Twitter dos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Japão.
A partir disso, avaliaram o alcance das publicações levando em conta as configurações possíveis pelos usuários para que os posts apareçam no feed, que podem ser organizados pelo próprio algoritmo da plataforma ou pela data das publicações. As análises de alcance levaram em conta os dois formatos possíveis.
A metodologia do estudo considerou, dentro de uma escala, que 0% significa que os tuítes alcançaram a mesma quantidade de usuários nas duas diferentes linhas do tempo e 100% significa que o alcance na linha algorítmica foi o dobro do observado na cronológica.
Na análise, as maiores discrepâncias foram observadas no Canadá (43% para os liberais e 167% para os conservadores) e no Reino Unido (112% para os trabalhistas e 176% para os conservadores).
Em outra frente, o estudo avaliou o alcance de cerca de 200 milhões de postagens de usuários envolvendo a disseminação de links de notícias ou de opinião política dos meios de comunicações americanos.
Duas tendências principais foram verificadas: a primeira é que o conteúdo de veículos considerados mais partidários, à direita ou à esquerda, tem mais alcance na plataforma do que o de meios classificados como neutros ou de centro.
A segunda é a de que publicações de sites e jornais inclinados à direita alcançam um número maior de usuários do que os que estão mais à esquerda, à semelhança do que acontece com os atores políticos.
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