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Dinamarca volta a fechar aeroporto por alerta de drones
Foram vários episódios do tipo nesta semana. O governo dinamarquês acusa a Rússia; Moscou nega


Um aeroporto dinamarquês foi obrigado a interromper as operações na madrugada de sexta-feira 26 após um alerta de drones pela segunda noite consecutiva, e depois que a primeira-ministra atribuiu incidentes similares ocorridos nesta semana a “ataques híbridos”.
O espaço aéreo sobre o terminal de Aalborg, no norte da Dinamarca, permaneceu fechado do final da noite de quinta-feira até 0h35 de sexta-feira devido a um alerta para a presença de drones, informou a Polícia.
O fechamento obrigou um voo da companhia KLM procedente de Amsterdã a retornar e provocou o cancelamento de um voo da Scandinavian Airlines procedente da capital dinamarquesa, Copenhague.
As autoridades, no entanto, não confirmaram formalmente a presença de drones. Dispositivos similares foram detectados na quarta e quinta-feira nos aeroportos de Aalborg, Esbjerg, Sonderborg e na base aérea de Skrydstrup, antes de se afastarem, alertou a Polícia.
Esse incidente provocou um primeiro fechamento em Aalborg durante várias horas. A observação de drones também motivou o fechamento do aeroporto da capital, Copenhague, no início da semana.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou na quinta-feira que o país havia sido “vítima de ataques híbridos”, sem referência a uma forma de guerra não convencional.
O Ministério da Defesa denunciou uma operação “sistemática” causada por um “ator profissional”, sem citar um nome.
Os incidentes aconteceram após a incursão de drones russos na Polônia e Romênia, além de aviões de combate de Moscou no espaço aéreo da Estônia, mas as autoridades dinamarquesas e europeias não estabeleceram, até o momento, qualquer relação entre os incidentes.
Frederiksen afirmou, no entanto, que a Rússia era “o principal país que representa uma ameaça à segurança da Europa”.
Moscou rejeitou com veemência o envolvimento. A embaixada da Rússia em Copenhague denunciou uma “provocação orquestrada”.
No fim de semana passado, outros aeroportos europeus, em particular os de Bruxelas, Londres, Berlim e Dublin, foram afetados por um ataque cibernético que não teve a origem determinada.
‘Muro’ contra drones
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que a Aliança leva “muito a sério” o incidente com drones relatado na quinta-feira em um país membro. Ele afirmou que está trabalhando para garantir a segurança deste tipo de infraestrutura.
Após uma reunião com Frederiksen, o presidente francês, Emmanuel Macron, se declarou disposto a “contribuir para a segurança do espaço aéreo dinamarquês”.
Os países da UE devem debater uma proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para estabelecer um “muro” de defesa contra drones.
Após os primeiros incidentes na Dinamarca, o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, alertou que a presença dos drones é obra de um “ator profissional” e constitui uma “ameaça sistemática”.
Questionado se a Dinamarca poderia ativar o Artigo 4 da Otan, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaças contra um de seus membros, o ministro da Defesa afirmou que ainda não foi tomada nenhuma “decisão definitiva” a respeito.
“É uma das opções que estamos examinando. Teremos reuniões sobre esta questão”, acrescentou.
Na segunda-feira, drones de origem desconhecida sobrevoaram, além do aeroporto de Copenhague, o aeroporto de Oslo, na vizinha Noruega, o que provocou a interrupção do tráfego aéreo durante várias horas.
O governo norueguês anunciou na quinta-feira a detenção de um homem de origem estrangeira que operava um drone perto do aeroporto da capital e que o dispositivo foi apreendido.
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