Mundo

Dinamarca quer a obrigatoriedade do serviço militar para mulheres

A proposta deve ser votada em outubro. Atualmente, apenas os homens são obrigados a cumprir alistamento militar, ao completarem 18 anos

O parlamento dinamarquês. Foto: Liselotte Sabroe/AFP/Getty Images
Apoie Siga-nos no

A Dinamarca quer a obrigatoriedade do serviço militar para mulheres. A medida faz parte de um plano de investimento das Forças Armadas no valor de 143 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de 102 bilhões de reais) e tem como objetivo fortalecer a defesa do país nos próximos 10 anos.

O plano foi apresentado pelo Ministério da Defesa antes do recesso do parlamento dinamarquês e aponta que o recrutamento obrigatório de mulheres pode ajudar o país a cumprir seus requisitos de defesa na Otan.

Além disso, Copenhague quer aumentar o número de candidatos às Forças Armadas e à reserva. Com essa mudança, o governo espera uma redução do número de voluntários no serviço militar. Para o ministro interino da Defesa, Troels Lund Poulsen, a mudança será positiva para o país avançar na paridade de gêneros.

“Eu acredito que devemos ter um maior grau de igualdade no país, e vamos ter de definir mais detalhes sobre essa medida no parlamento”, declarou.

Maioria no Parlamento

A proposta deve ser votada na abertura do novo ano parlamentar, em outubro. Na Dinamarca, para que uma medida seja aprovada são necessários 90 votos, maioria simples.

O projeto tem o apoio de todos os partidos que compõe o Parlamento, com exceção da sigla de ultradireita Democratas Dinamarqueses, liderada por Inger Støjberg. Ela é conhecida por ter atuado duramente contra os imigrantes e refugiados, quando foi ministra da Imigração, de 2015 a 2019.

“Precisamos reconhecer que existe uma diferença na força física entre mulheres e homens. É por isso que simplesmente não acho que deveríamos fazer o recrutamento do sexo feminino”, enfatiza a parlamentar.

Já o parlamentar Peter Have, do partido de centro Moderados, vê o recrutamento feminino como um avanço. “Eu acredito que temos que definir o que é igualdade; a igualdade é um número ou devemos tratar as mulheres igualmente como os homens?”, questiona.

Vizinhos Escandinavos

O serviço militar pode ter de quatro meses a um ano de duração. Atualmente, as dinamarquesas podem ingressar voluntariamente, enquanto os homens geralmente são obrigados a servir se forem convocados por meio de um sistema de loteria.

Até o momento, apenas 10 países recrutam homens e mulheres para o serviço militar obrigatório, como a Suécia e a Noruega, sendo a Noruega o primeiro país da Otan a introduzir o serviço militar obrigatório para mulheres como um ato de igualdade de gênero.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo