Dinamarca é primeiro país europeu a abolir restrições contra a Covid-19

Deixa de ser obrigatório o uso de máscaras em locais fechados e nos transportes públicos, assim como a apresentação de passaporte e testes negativos de Covid-19

Créditos: Liselotte Sabroe / Ritzau Scanpix / AFP

Apoie Siga-nos no

Com 60,6% da população imunizada com as três doses da vacina contra o coronavírus, as autoridades de saúde da Dinamarca dispensam o uso de máscaras e o passaporte vacinal em quase todo país. Este relaxamento nas medidas de prevenção entra em vigor, apesar do aumento significativo de casos provocados pela subvariante BA2 da Ômicron.

A partir desta terça-feira (1), deixa de ser obrigatório o uso de máscaras em locais fechados e nos transportes públicos, assim como a apresentação de passaporte de vacinação e testes negativos de Covid-19 em bares, restaurantes, cinemas e museus. De acordo com as diretrizes emitidas pela Autoridade de Saúde Dinamarquesa, pessoas que tiveram contato com doentes ou vivem sob o mesmo teto de alguém que testou positivo para a Covid-19 não precisam mais se isolar. Elas devem fazer apenas um teste rápido de antígeno ou teste de PCR três dias após o contato com o infectado.

Na semana passada, quando anunciou esta nova fase de monitoramento da doença, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, explicou que a decisão de suspender as restrições foi tomada em conjunto com uma comissão científica que assessora o governo desde o início da pandemia.

“Pode parecer estranho e paradoxal que eliminemos as restrições diante dos atuais níveis de contágio, mas devemos olhar para outros números. Um dos mais importantes é o dos doentes graves e essa curva foi quebrada”, explicou Mette Frederiksen.

Apesar do relaxamento das restrições, alguns locais como casas de repouso, hospitais e aeroportos ainda devem seguir com a exigência de uso de máscaras faciais e apresentação do passaporte de imunização.

Uma pesquisa realizada para o jornal dinamarquês Politiken na segunda-feira 31 mostrou que 30% dos entrevistados disseram que continuarão a usar máscaras mesmo sem serem obrigatórias. Essa precaução mostra a insegurança por parte da população do país escandinavo diante da variante Ômicron.


 

Subvariante BA2 é mais contagiosa e dominante no país

Apesar da Dinamarca ter vacinado mais de 60% dos 5,8 milhões de habitantes com as três doses do imunizante contra a Covid-19, e ser um dos países que mais realizam testes em sua população, o aumento significativo do número de casos da variante Ômicron é observado de perto pelos cientistas. Nas últimas 24 horas foram registrados 29.084 novos casos da infecção viral.

O Conselho Nacional de Saúde acaba de divulgar um estudo realizado pela Universidade de Copenhague, em parceria com o Instituto de Estatística da Dinamarca e a Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), sobre as variantes da Ômicron. A subvariante BA2 é mais contagiosa do que a cepa original (BA1) e tornou-se dominante no país.

De acordo com o estudo, se uma pessoa em casa estiver infectada com a BA2, geralmente há um risco de 39% de que outra pessoa na mesma residência seja infectada na primeira semana. Além disso, a pesquisa mostra que os moradores não vacinados são mais propensos a serem infectados do que aqueles que foram imunizados.

Segundo a diretora técnica do Conselho Nacional de Saúde, o crescimento da variante BA2 na Dinamarca pode adiar o pico da infecção que era esperado para o começo deste mês. “Nós acompanhamos de perto o desenvolvimento e, se a variante BA2 for mais contagiosa, pode significar que a onda de infecções será maior e se estenderá por mais tempo em fevereiro, em comparação com as projeções anteriores”, disse Tyra Grove Krause.

 

Regras para viagens e turistas

A Dinamarca deve manter um pequeno número de restrições para viagens, mas elas não afetarão pessoas vacinadas contra o vírus. As pessoas que puderem provar que foram imunizadas com uma vacina aprovada pela União Europeia, ou que foram previamente infectadas com a Covid-19, não terão que apresentar testes negativos na entrada ou cumprir quarentena, independentemente do país de proveniência, segundo o Ministério da Saúde.

Por outro lado, os não vacinados nem infectados anteriormente devem fazer um teste de Covid-19 no máximo 24 horas após a entrada na Dinamarca, se chegam provenientes de países da União Europeia ou do espaço Schengen. Eles podem, alternativamente, fazer um teste de PCR nas 72 horas precedentes à entrada no país nórdico, ou um teste rápido de antígeno datado de no máximo 48 horas antes da chegada.

Se for um país de considerado de risco, é necessário um teste 24 horas após a entrada. No caso de um país de alto risco, há requisitos para testes e isolamento após o ingresso no território dinamarquês.

O gerente de marketing da Câmara de Comércio da Dinamarca, Lars Ramme Nielsen, acredita que a extinção dos requisitos de entrada no país ajudará na retomada do turismo.

“Até agora, acontecia que se um alemão ou italiano, por exemplo, voasse para Copenhague, deveria ter feito e pago por um teste antes da partida, o que poderia tornar a viagem cara”, disse Nielsen à RFI.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.