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Dina Boluarte assume a Presidência do Peru após impeachment e detenção de Pedro Castillo

A então vice-presidenta reagiu à dissolução do Congresso e à instauração de um governo de exceção decretados por Castillo: ‘Golpe de Estado’

A nova presidenta do Peru, Dina Boluarte. Foto: Cris BOURONCLE/AFP
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O Congresso do Peru empossou Dina Boluarte na Presidência do país nesta quarta-feira 7, horas após aprovar o impeachment de Pedro Castillo.

“Assumo, de acordo com a Constituição do Peru, a partir deste momento até 26 de julho de 2026”, disse ela, dirigindo-se ao Parlamento. Boluarte se torna, assim, a primeira mulher a assumir a chefia do Executivo peruano.

No Parlamento, houve 101 votos a favor da destituição de Castillo, 6 contrários e 11 abstenções. Ao realizarem a sessão, os congressistas ignoraram um decreto de dissolução editado mais cedo pelo então presidente.

Ao deixar o Palácio do Governo após o impeachment, Castillo foi detido na capital peruana, Lima.

Antes do impedimento, ele havia anunciado a dissolução do Congresso e o estabelecimento de um governo de exceção, uma manobra vista como um autogolpe por Boluarte.

Em comunicado à nação, ele também defendeu “convocar no prazo mais breve possível um novo Congresso com poderes constituintes para redigir uma nova Constituição”.

“A partir desta data e até que seja instaurado o novo Congresso, governaremos mediante decretos-lei”, prosseguiu. “Fica decretado toque de recolher em nível nacional a partir de hoje, das 22h até às 4h de quinta-feira.”

Logo depois do anúncio, Dina Boluarte denunciou “um golpe de Estado”.

“Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, escreveu no Twitter.

O presidente do Tribunal Constitucional, Francisco Morales, disse à rádio RPP que “hoje foi dado um golpe de Estado no melhor estilo do século XX, um golpe fadado ao fracasso, porque o Peru quer viver na democracia”.

Já a procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides, expressou uma “rejeição enfática” a “qualquer violação da ordem constitucional” e instou Castillo a “respeitar a Constituição, o Estado de Direito e a democracia que tanto nos custou”.

Manifestantes pró e contra Castillo se concentravam em frente ao Parlamento desde antes do pronunciamento.

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