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Dilma na ONU: velhas cobranças dão a sensação de ‘déjà vu’

Como em 2011, presidenta cobra na ONU reforma na Conselho de Segurança, reconhecimento do Estado Palestino e critica medidas recessivas para a crise

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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Foi um discurso bem menos impactante do que o proferido há um ano, quando se tornou a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em seu segundo discurso na sede da entidade, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff optou nesta terça-feira 25 por um discurso mais sóbrio e menos poético. Bem diferente da estreia, quando fez nada menos que 16 referências ao gênero feminino e fez uma lista de palavras femininas da língua portuguesa, como “alma”, “esperança”, “coragem” e “sinceridade”, os adjetivos citados por ela como necessários para se dirigir aos líderes mundiais.

Presidenta Dilma Rousseff durante discurso na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR 

Desta vez ela se limitou a dizer: “Para muitos, nós, mulheres, somos a metade do céu, mas nós queremos ser a metade da Terra também, com igualdade de direitos e oportunidades, livres de todas as formas de discriminação e violência”.

O quadro, porém, parecia ainda ser o mesmo de um ano atrás. Assim como em 2011, quando citou o desequilíbrio financeiro provocado pela guerra cambial e criticou os países ricos por buscarem sozinhos soluções para problemas que eles mesmos criaram, Dilma voltou a criticar as medidas anticrise encaminhadas pelas potências econômicas.

“Um ano após o discurso que pronunciei nesta mesma tribuna, constato a permanência de muitos dos problemas que nos afligiam já em setembro de 2011”, avisou.

A presidenta dedicou a maior parte de seu discurso para mostrar preocupação diante das políticas fiscais classificadas como “ortodoxas” que agravam a recessão nas economias desenvolvidas e provocam reflexos nos países emergentes, como Brasil. Lamentou o fato de as lideranças mundiais não terem encontrado um meio-termo entre ajustes fiscais e estímulos ao investimento, para ela um “falso dilema”. E, como prometia, disse não aceitar “que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo”.

“Devemos lembrar que a legítima defesa comercial está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio”, afirmou.

A presidenta reiterou sua fala de 2011 também ao manifestar o apoio do governo brasileiro ao reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno das Nações Unidas. “Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política regional”, repetiu.

E novamente citou os conflitos regionais para cobrar “a imperiosa urgência da reforma institucional da ONU e em especial de seu Conselho de Segurança”. “O uso da força sem autorização do Conselho, uma clara ilegalidade, vem ganhando ares de opção aceitável. (…) O Brasil sempre lutará para que prevaleçam as decisões emanadas da ONU. Mas queremos ações legítimas, fundadas na legalidade internacional.”

Também como também fez em 2011, Dilma demonstrou preocupação com as tensões do Oriente Médio e dos países do norte da África quase dois anos após o início da Primavera Árabe. Condenou a violência na Síria, onde mais de 20 mil pessoas morreram desde o início das manifestações contra o ditador Bashar al-Assad. “A Síria produz um drama humanitário de grandes proporções”, disse ela, fazendo em seguida um ataque indireto aos países que dão apoio militar e logístico ao conflito local.

“Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são não só a melhor, mas, creio, a única opção.”

Uma semana após os protestos contra a exibição do filme “A Inocência dos Muçulmanos”, Dilma registrou o seu repúdio “à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais”. “Com a mesma veemência repudiamos também os atos de terrorismo que vitimaram diplomatas americanos na Líbia.”

Desta vez, ela reservou parte da fala para falar de Cuba, citado por ela como “um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos”. “Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes. Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população.”

Por fim, citou os compromissos assumidos pelo Brasil na Rio+20 e citou os preparativos para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. Tudo para pedir que as nações ali representadas se deixassem “iluminar pelos ideais da chama olímpica”.

Foi um discurso bem menos impactante do que o proferido há um ano, quando se tornou a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em seu segundo discurso na sede da entidade, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff optou nesta terça-feira 25 por um discurso mais sóbrio e menos poético. Bem diferente da estreia, quando fez nada menos que 16 referências ao gênero feminino e fez uma lista de palavras femininas da língua portuguesa, como “alma”, “esperança”, “coragem” e “sinceridade”, os adjetivos citados por ela como necessários para se dirigir aos líderes mundiais.

Presidenta Dilma Rousseff durante discurso na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR 

Desta vez ela se limitou a dizer: “Para muitos, nós, mulheres, somos a metade do céu, mas nós queremos ser a metade da Terra também, com igualdade de direitos e oportunidades, livres de todas as formas de discriminação e violência”.

O quadro, porém, parecia ainda ser o mesmo de um ano atrás. Assim como em 2011, quando citou o desequilíbrio financeiro provocado pela guerra cambial e criticou os países ricos por buscarem sozinhos soluções para problemas que eles mesmos criaram, Dilma voltou a criticar as medidas anticrise encaminhadas pelas potências econômicas.

“Um ano após o discurso que pronunciei nesta mesma tribuna, constato a permanência de muitos dos problemas que nos afligiam já em setembro de 2011”, avisou.

A presidenta dedicou a maior parte de seu discurso para mostrar preocupação diante das políticas fiscais classificadas como “ortodoxas” que agravam a recessão nas economias desenvolvidas e provocam reflexos nos países emergentes, como Brasil. Lamentou o fato de as lideranças mundiais não terem encontrado um meio-termo entre ajustes fiscais e estímulos ao investimento, para ela um “falso dilema”. E, como prometia, disse não aceitar “que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo”.

“Devemos lembrar que a legítima defesa comercial está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio”, afirmou.

A presidenta reiterou sua fala de 2011 também ao manifestar o apoio do governo brasileiro ao reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno das Nações Unidas. “Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política regional”, repetiu.

E novamente citou os conflitos regionais para cobrar “a imperiosa urgência da reforma institucional da ONU e em especial de seu Conselho de Segurança”. “O uso da força sem autorização do Conselho, uma clara ilegalidade, vem ganhando ares de opção aceitável. (…) O Brasil sempre lutará para que prevaleçam as decisões emanadas da ONU. Mas queremos ações legítimas, fundadas na legalidade internacional.”

Também como também fez em 2011, Dilma demonstrou preocupação com as tensões do Oriente Médio e dos países do norte da África quase dois anos após o início da Primavera Árabe. Condenou a violência na Síria, onde mais de 20 mil pessoas morreram desde o início das manifestações contra o ditador Bashar al-Assad. “A Síria produz um drama humanitário de grandes proporções”, disse ela, fazendo em seguida um ataque indireto aos países que dão apoio militar e logístico ao conflito local.

“Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são não só a melhor, mas, creio, a única opção.”

Uma semana após os protestos contra a exibição do filme “A Inocência dos Muçulmanos”, Dilma registrou o seu repúdio “à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais”. “Com a mesma veemência repudiamos também os atos de terrorismo que vitimaram diplomatas americanos na Líbia.”

Desta vez, ela reservou parte da fala para falar de Cuba, citado por ela como “um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos”. “Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes. Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população.”

Por fim, citou os compromissos assumidos pelo Brasil na Rio+20 e citou os preparativos para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. Tudo para pedir que as nações ali representadas se deixassem “iluminar pelos ideais da chama olímpica”.

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