Mundo
Desativada a rede social conservadora Parler
Rede não tinha políticas de uso que restringiam discursos de ódio. Trump e Bolsonaro eram dois líderes mundiais que tinham contas
A rede social conservadora Parler foi desativada da internet nesta segunda-feira 11 – informou um site especializado, um dia depois de a Amazon advertir a empresa que perderia acesso a seus servidores por ser incapaz de moderar as mensagens incitando a violência.
O site de rastreamento de Internet Down For Everyone Or Just Me mostrou a rede Parler desativada pouco depois da meia-noite local (5h em Brasília), o que sugere que seus donos não conseguiram nenhum outro provedor de serviço.
Parler, cuja popularidade disparou nas últimas semanas, tornou-se um refúgio para alguns internautas indignados com a política de moderação de redes sociais como o Twitter, que encerrou a conta de Donald Trump, em definitivo, na última sexta-feira.
Na rede conservadora, foram divulgadas mensagens de apoio aos que invadiram o Congresso. Algumas delas também convocaram a realização de novos protestos contra o resultado da eleição presidencial de novembro, vencida pelo democrata Joe Biden.
A Amazon segue, assim, os passos do Google e da Apple, que já removeram a Parler de suas plataformas de download. Em uma carta enviada à rede social, a empresa justificou a decisão, devido ao aumento de “conteúdos violentos”.
Em uma série de “posts” na Parler, seu fundador, John Matze, confirmou no sábado que seu aplicativo não estaria disponível a partir do dia seguinte e acusou os gigantes da tecnologia de estarem em uma “guerra contra a liberdade de expressão”. Procurada pela AFP, a Parler não quis comentar.
Em seu início em 2018, a Parler era, principalmente, um território extremista. Agora, atrai conservadores mais tradicionais, incluindo congressistas republicanos.
Assim como outras plataformas alternativas aos gigantes Twitter e Facebook, a Parler tem regras mais flexíveis em relação à desinformação e ao conteúdo de ódio do que as redes tradicionais.
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