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Derrotada em Paris, direita é grande vitoriosa das eleições municipais na França

Candidata socialista venceu em Paris, mas o partido mais vitorioso foi a UMP, principal partido de direita francês, que arrancou vitórias em cidades altamente simbólicas

Anne Hidalgo, candidata socialista à prefeitura de Paris, aguarda a apuração dos votos cercada por sua equipe, em 30 de março de 2014
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Paris (AFP) – Apesar da vitória da candidata socialista em Paris, a esquerda na França sofreu uma considerável derrota para a direita no segundo turno das eleições municipais em importantes cidades do país – segundo os primeiros resultados da apuração dos votos. Número um entre os partidos de direita, a UMP comemorou a “grande vitória” nas eleições municipais deste domingo 30.

Como ocorreu no último domingo 23, quando houve o primeiro turno das eleições municipais, a taxa de abstenção foi elevada, 38%.

Após uma disputa acirrada, Anne Hidalgo, do Partido Socialista (PS), foi eleita prefeita de Paris com 54,4% dos votos. Ela desbancou a candidata pelo partido de direita UMP, Nathalie Koschiusko-Morizet. A estimativa parcial foi feita pelos institutos de pesquisa Ifop e Sas.

Jean-François Copé, presidente da UMP, convidou François Hollande a “mudar imediatamente sua política”.

A UMP tirou os prefeitos socialistas de cidades altamente simbólicas, como Toulouse (sudoeste) – a quarta maior da França – e Limoges (centro), que desde 1912 era comandada pela esquerda. A extrema-direita saiu vitoriosa em pelo menos seis cidades – duas delas, Béziers (sudoeste) e Fréjus (sul), de médio porte.

A Frente Nacional (FN), principal partido da extrema-direita francesa, comemorou o “melhor resultado de toda sua história” nas eleições municipais, segundo o vice-presidente da FN, Florian Philippot.

Marine Le Pen, presidente e filha do criador do FN, Jean-Marie Le Pen, explicou que, além das prefeituras, o partido elegeu “cerca de 1.200 vereadores municipais”.

Apesar de ter vencido em duas cidades importantes, a extrema-direita não conseguiu eleger seus candidatos em Perpignan (sul) e Avignon (sudeste).

O PS, do presidente François Hollande, foi derrotado pela UMP ao perder as cidades de Roubaix (norte), Reims (leste), Saint-Etienne, Limoges e Angers (centro) e Quimper (oeste).

Os resultados são “incontestavelmente ruins para a esquerda”, admitiu a porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem. “Precisamos renovar o diálogo com os franceses”, acrescentou.

Paris, sempre à esquerda
A humilhação do Partido Socialista foi evitada com a vitória da candidata Anne Hidalgo à prefeitura de Paris. Aos 54 anos, ela derrotou a concorrente da UMP, Nathalie Kosciusko-Morizet.

À frente da prefeitura de Paris, Anne Hidalgo promete levar adiante o trabalho iniciado pelo atual prefeito socialista Bertrand Delanoë. Ela promete também criar 10.000 novas moradias, 5.000 vagas a mais nas creches e acesso mais fácil aos serviços de saúde. Outra promessa de campanha é o não aumento dos impostos e a luta por uma política de segurança melhor.

A clara vitória da oposição de direita e a popularidade da extrema-direita, reveladoras de um descontentamento social, devem provocar reações imediatas no executivo.

Um remanejamento governamental no início da semana deve fazer com que o presidente Hollande evite um acerto de contas na família socialista, onde os debates estão cada vez mais acirrados sobre os rumos do governo.

Dois anos após a chegada de Hollande ao poder, o PS paga caro pela alta impopularidade do executivo e seu fracasso em fazer diminuir os índices de desemprego no país – que bateu novo recorde em fevereiro, com 3,34 milhões de pessoas desempregadas.

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