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Deputados do partido de Macron são ameaçados de morte por apoio a passaporte vacinal

O dispositivo aprovado pelos parlamentares não aceitará mais testes negativos para frequentar locais de cultura e lazer na França

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Vários deputados do partido A República em Marcha (LREM), do presidente francês Emmanuel Macron, foram ameaçados de morte nos últimos dias e o carro de um deles foi queimado por radicais que se posicionam contra a imposição do novo passaporte vacinal, votado nesta segunda-feira (3) na Assembleia Nacional. O dispositivo aprovado pelos parlamentares não aceitará mais testes negativos para frequentar locais de cultura e lazer na França, exigindo um esquema vacinal completo.

O site France info informa que vários deputados da maioria presidencial receberam ameaças de morte relacionadas às políticas públicas de saúde determinadas a combater a Covid-19 e medidas decretadas pelo governo francês nos últimos dias. As ameaças aconteceram enquanto os parlamentares examinavam, nesta segunda-feira (3), o projeto de lei que transforma o passaporte sanitário em passaporte de vacinação. Alguns dos parlamentares ameaçados anunciaram que prestaram queixa.

Entre eles, as deputada do LREM Michèle Peyron, a quem um e-mail “anônimo” promete um “massacre”; Carole Bureau Bonnard, a quem um e-mail anuncia “você vai levar tiros”, ou o deputado Jean-Baptiste Moreau, além da colega do partido Horizons, Naïma Moutchou, que receberam mais ou menos a mesma mensagem: “Você merece disparos de metralhadora em sua casa e ter sua cabeça cortada.”

Além disso, no final de dezembro de 2021, ainda segundo France info, foram incendiados a garagem e o carro do deputado do LREM Pascal Bois. A parede de sua casa foi pintada com os dizeres : “Vote não [ao passaporte vacinal] ou vamos explodir tudo.” O parlamentar já havia recebido uma carta pelos Correios acompanhada de uma bala seis semanas antes, quando foi aprovado o voto pela prorrogação do passaporte de saúde.

Os deputados ameaçados responderam mostrando determinação. A deputada do partido Horizons, Valérie Petit, garantiu que o seu “voto nunca será ditado pelo medo” e considera que “é urgente combater a violência contra os parlamentares tal como a alegria perversa que desperta e que faz o jogo do populismo”.

Agnès Firmin Le Bodo, também eleita pelo partido Horizons, defendeu que o povo francês “não se habitue” às ameaças dirigidas aos governantes eleitos e considera que “é urgente que a classe política como um todo aja” porque “é a nossa boa e velha democracia que está em perigo “.

Vários deputados anunciaram que prestaram oficialmente queixa pelas ameaças. Já Aurore Bergé, membro do LREM e vice-presidente da maioria presidencial no Parlamento, pediu no Journal du Dimanche uma “frente comum contra a violência no debate público”.

O deputado do MoDem, Bruno Millienne, também indicou pelo Twitter que vai prestar queixa depois de ser ameaçado. O deputado LREM de Loiret Stéphanie Rist e seu homólogo MoDem de Meurthe-et-Moselle Laurent Garcia também afirmaram publicamente que o farão.

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