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Departamento de Guerra de Trump: um retorno ao passado dos EUA
Esse é o título escolhido pelo magnata para denominar de agora em diante a pasta da Defesa


O Departamento de Guerra, título escolhido por Donald Trump para denominar de agora em diante a pasta da Defesa dos Estados Unidos, remonta à história governamental americana.
Mais de 200 anos
Segundo o site oficial de história do Pentágono, o Departamento de Guerra foi estabelecido em agosto de 1789 para supervisionar o Exército, a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.
Pouco menos de uma década depois, a responsabilidade pelas forças navais foi transferida para o novo Departamento da Marinha, que também assumiu a responsabilidade pelo Corpo de Fuzileiros Navais em 1834.
Isso deixou o Departamento de Guerra encarregado do Exército e, posteriormente, do Corpo Aéreo do Exército, precursor da Força Aérea.
Foi após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que este departamento passou por uma profunda reorganização e mudou de nome.
Reorganização
As mudanças começaram com a assinatura da Lei de Segurança Nacional pelo então presidente Harry Truman em julho de 1947.
A legislação fundiu os Departamentos de Guerra e da Marinha, bem como a Força Aérea, em uma “Instituição militar nacional” dirigida por um secretário da Defesa.
Dois anos depois, a norma foi modificada, sob o mesmo governo, para atribuir o nome oficial de Departamento de Defesa.
Além disso, a mudança incluiu a destituição dos secretários do Exército, da Marinha e da Força Aérea de seus cargos no gabinete, subordinando-os ao secretário de Defesa.
Sede no Pentágono
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos estabeleceu sua sede no Pentágono, às margens do rio Potomac, no estado da Virgínia, nos arredores da capital Washington.
O imenso edifício permitia reunir os 17 edifícios que constituem um departamento então em pleno crescimento por causa da Segunda Guerra Mundial.
A obra do Pentágono começou em setembro de 1941 e a inauguração oficial foi 16 meses depois, em janeiro de 1943.
Com mais de três milhões de empregados civis e militares, a instituição é atualmente o maior empregador dos Estados Unidos.
Trump, que renomeou a pasta como Departamento de Guerra por decreto nesta sexta-feira, pode não ter o poder de decidir unilateralmente essa mudança de nome, já que a nomenclatura de Departamento de Defesa vem de uma lei do Congresso.
A Casa Branca, na quinta-feira, falava do novo nome como uma simples denominação secundária, mas o decreto presidencial instrui o secretário de Defesa, Pete Hegseth, a tomar todas as medidas, inclusive as relacionadas com o Poder Legislativo, para “renomear definitivamente” o Departamento de Defesa como Departamento de Guerra.
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