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Denunciante do Facebook defende redes sociais em ‘escala humana’

Haugen falou principalmente dos grandes grupos do Facebook, que podem ter milhões de membros

(Foto: Josh Edelson / AFP)
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A denunciante do Facebook, Frances Haugen, defendeu nesta quarta-feira (10) perante os parlamentares franceses redes sociais “em escala humana”, sem os mecanismos de “hiperamplificação” que alimentam a desinformação e a disseminação de discursos de ódio.

“Podemos fazer com que as redes sociais voltem a uma escala humana, voltar a 2008 ou 2009, quando nosso fluxo de informações era composto de conteúdo gerado por nossos amigos” e “não falávamos em destruir a democracia”, declarou Haugen a membros das comissões de Direito e de Assuntos Econômicos.

“O Facebook fez experiências sobre isso nos últimos anos: se sua família e amigos constituem uma grande parte do que você vê, você tem menos discursos de ódio, menos polarização, menos nudez, menos violência”, disse ela.

Segundo ela, o Facebook pressiona deliberadamente os usuários a ingressarem nesses grandes grupos, pois eles permitem uma renovação infinita de conteúdo, para manter o usuário continuamente atento ao seu fluxo de notícias.

No entanto, esses grupos são comparáveis a verdadeiras “fábricas de variantes”, onde o conteúdo “mais extremo” é selecionado para ser enviado a milhões de pessoas, lamentou.

Haugen, que já esteve em vários fóruns na Europa, incluindo o Web Summit em Lisboa e no Parlamento Europeu, voltou a pedir que o Facebook seja obrigado a tornar públicos os dados de que dispõe sobre a utilização do seu serviço.

“O Facebook nos diz que está ciente dos problemas” da hiperamplificação de conteúdos questionáveis, “mas nunca tivemos acesso aos dados que nos permitiriam avaliar o progresso que está sendo feito” para sua solução, lamentou.

O Facebook deveria ser forçado a fornecê-los “todas as semanas”, a “10.000 pares de olhos”, a pesquisadores ou cientistas algorítmicos que pudessem avaliar as coisas, comentou.

Ela também elogiou a disposição dos deputados franceses de fortalecer a proteção aos denunciantes em um projeto de lei.

Entre outras coisas, o texto pretende definir melhor a situação dos denunciantes, orientar suas ações, oferecer uma melhor proteção a eles e àqueles que os ajudam, além de facilitar o seu apoio financeiro e psicológico.

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