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Democratas publicam suposta carta de aniversário de Trump a Jeffrey Epstein
A nota apresenta uma espécie de diálogo entre ‘Donald’ e ‘Jeffrey’. A Casa Branca diz que o presidente não é o autor


Legisladores democratas dos Estados Unidos publicaram nesta segunda-feira 8 uma suposta carta de aniversário enviada por Donald Trump em 2003 ao criminoso sexual Jeffrey Epstein, que contém um desenho da silhueta de uma mulher nua, após o presidente negar a existência da mensagem.
Os democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, instância que investiga a forma como foi conduzida uma investigação criminal sobre o falecido financista, divulgaram a carta nas redes sociais após ela ter sido entregue pelos administradores do espólio de Epstein.
A nota foi escrita dentro do desenho do contorno de uma mulher nua, está assinada por Trump e supostamente faz parte de um livro de cartas dos amigos de Epstein, que foi compilado por ocasião de seu 50º aniversário por sua ex-sócia Ghislaine Maxwell, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão.
Pouco depois da divulgação da missiva, a porta-voz da Casa Branca afirmou que “está muito claro que o presidente Donald Trump não fez este desenho e não o assinou”.
Karoline Leavitt denunciou no X “informações falsas destinadas a alimentar a conspiração democrata” em torno da relação entre Trump e o financista.
A nota apresenta uma espécie de diálogo entre “Donald” e “Jeffrey”.
“Temos certas coisas em comum”, diz Donald. “Sim, temos, agora que penso nisso.”
“Os enigmas nunca envelhecem, você percebeu?”, acrescenta Trump. “De fato, isso ficou claro para mim da última vez que te vi”, responde Jeffrey.
No final da nota, Donald afirma: “Um amigo é algo maravilhoso. Feliz aniversário e que cada dia seja outro maravilhoso segredo”.
Processo contra o Wall Street Journal
O presidente republicano, de 79 anos, processou o jornal Wall Street Journal em 10 bilhões de dólares, cerca de 54,2 bilhões de reais, depois que este informou primeiro sobre a existência da carta, insistindo que ele nunca a enviou.
“A equipe jurídica do presidente Trump continuará com o litígio de forma agressiva”, alertou Leavitt nesta segunda-feira.
Trump foi amigo de Epstein e, segundo o Wall Street Journal, o nome do presidente figurava entre as centenas encontradas durante uma revisão do Departamento de Justiça dos arquivos de Epstein, embora não se tenham encontrado provas de irregularidades.
Epstein, um rico financista com conexões de alto perfil, morreu em uma cela de uma prisão de Nova York em 2019 enquanto aguardava julgamento acusado de tráfico sexual de meninas menores de idade recrutadas para fornecer massagens sexuais.
A morte do financista alimentou inúmeras teorias da conspiração, segundo as quais ele foi assassinado para evitar revelações embaraçosas sobre figuras de alto perfil.
Partidários de Trump que seguiram o caso por anos argumentam que elites do “Estado Profundo” protegeram conhecidos de Epstein no Partido Democrata e em Hollywood.
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