Democracia dos EUA é uma ‘arma de destruição em massa’, diz governo chinês

O objetivo norte-americano, diz Pequim, é 'interferir em outros países'

FOTO: AFP

Apoie Siga-nos no

O governo chinês afirmou neste sábado 11 que a democracia dos Estados Unidos é uma “arma de destruição em massa”, após a Cúpula da Democracia organizada pelo presidente Joe Biden para dialogar com seus aliados sobre os governos autoritários.

A China, assim como Rússia e Hungria, foi excluída do encontro virtual de dois dias com mais de cem líderes e acusou Biden de reacender as divisões ideológicas do período da Guerra Fria.

“A democracia se tornou há muito tempo uma arma de destruição em massa usada pelos Estados Unidos para interferir em outros países”, disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

 

 


O ministério também critica a cúpula por ter sido organizada por Washington a fim “traçar linhas de preconceito ideológico, instrumentalizar e transformar a democracia em uma arma (…) para incentivar divisão e confronto”.

Contra isso, a China se compromete a “resistir firmemente e se opor a todos os tipos de pseudodemocracia”.

Antes da cúpula, Pequim lançou uma ofensiva midiática descrevendo a democracia americana como corrupta e fracassada.

Em um relatório publicado na semana passada com o título “China: a democracia que funciona”, elogiou seu sistema de “democracia popular de processo completo”, em uma tentativa de legitimar o Partido Comunista e o mandato cada vez mais autoritário do presidente Xi Jinping.

Embora os Estados Unidos neguem repetidamente buscar uma nova Guerra Fria com a China, as tensões entre as duas grandes economias aumentaram nos últimos anos em questões como comércio, concorrência tecnológica, direitos humanos e o destino de Taiwan.

O Tesouro dos Estados Unidos sancionou dois altos funcionários da região de Xinjiang e incluiu a empresa de software SenseTime em uma lista negativa, devido a uma ferramenta de reconhecimento facial que teria sido usada na repressão da minoria uigur nessa província.

Na lista de convidados da cúpula de Biden estava Taiwan, a ilha que Pequim considera parte de seu território.

Durante o encontro virtual, a China teve uma conquista ao conseguir fazer a Nicarágua romper relações diplomáticas com Taipei e reconhecer Pequim como único governo legítimo.

O anúncio deixa Taiwan com apenas 14 países que o reconhecem oficialmente.

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.