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Delegação da CIDH visita ex-presidente peruano Castillo na prisão

Comissão verificou as condições de sua reclusão em uma prisão policial em Lima

O presidente do Peru, Pedro Castillo. Foto: Presidencia Perú
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Uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) visitou, nesta quinta-feira 22, o ex-presidente peruano Pedro Castillo para verificar as condições de sua reclusão em uma prisão policial em Lima, informou a Defensoria do Povo.

“Acompanhamos a equipe técnica da CIDH na visita à prisão de Barbadillo onde está detido o ex-presidente Pedro Castillo”, anunciou a Defensoria no Twitter. “Nos reunimos com o ex-presidente e a sua defesa técnica e verificamos que as condições da prisão estão de acordo com o previsto no Código Penal”, acrescentou.

Segundo o Instituto Penitenciário Nacional, a reunião foi realizada em privado pela manhã no presídio de Barbadillo, localizado dentro de uma base policial a leste de Lima, onde o ex-presidente cumpre 18 meses de prisão.

Castillo é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração, após uma tentativa fracassada de autogolpe de Estado em 7 de dezembro.

A delegação da CIDH está no Peru como parte de uma visita de trabalho para investigar os violentos protestos que deixaram pelo menos 22 mortos desde a queda de Castillo.

Na conta de Castillo no Twitter, seu advogado, Wilfredo Robles, havia dito que “pediu uma reunião” entre o seu cliente e a missão da CIDH, que está no país desde a segunda-feira.

Na publicação também foi divulgada uma mensagem de Castillo, que assegurou estar “privado arbitrariamente” de seus direitos e pediu que o encontro “se concretize de forma urgente”.

Lilia Paredes, esposa do ex-presidente a asilada no México desde a quarta-feira, pediu no Twitter “atenção especial” à saúde de seu marido.

‘Injustiça’

Os familiares de Castillo foram recebidos na tarde desta quinta pela delegação da CIDH em um hotel de Lima.

“Uma injustiça está sendo cometida. Que haja justiça e que sejam muito transparentes para todos”, disse, após sair da reunião, Vilma Vásquez, sobrinha do ex-presidente.

A missão da CIDH também se reuniu com autoridades de Ayacucho (sul), onde pelo menos dez pessoas morreram em confrontos com militares. Outro grupo visitou Lima e Cusco (sudeste).

Reuniram-se com “organizações, movimentos sociais e líderes de povos indígenas para receber informação sobre os protestos e o contexto da crise institucional”, informou nas redes sociais a CIDH, órgão da Organização de Estados Americanos (OEA).

Segundo a Defensoria do Povo, ao menos 22 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em confrontos entre apoiadores do esquerdista Castillo e forças de segurança.

Em nota publicada nesta quinta, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch pediu às autoridades peruanas “realizar investigações imediatas, exaustivas e independentes” sobre o “assassinato” de manifestantes.

Em 7 de dezembro, Castillo tentou fechar o Congresso, intervir nos poderes públicos e governar por decreto, mas não houve apoio institucional e ele foi detido, acusado de rebelião. Sua vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.

A polícia deteve o ex-presidente horas depois de sua destituição, enquanto ele tentava chegar à embaixada do México para pedir asilo.

Os manifestantes pediram a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições. Na tentativa de conter a crise, o Parlamento aprovou na terça-feira a antecipação das eleições gerais de 2026 para abril de 2024.

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