Déficit orçamentário nos países do euro foi maior que o esperado em 2011

Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda falham em cumprir metas, enquanto Alemanha diminui dívidas

Foto: Daniel Roland / AFP

Apoie Siga-nos no

Da Deutsche Welle

O Eurostat, órgão de estatísticas da União Europeia (UE), divulgou na segunda-feira 22 os números revisados de 2011 sobre o endividamento na região. Apesar de os dados demonstrarem maior controle sobre o deficit orçamentário, a dívida pública continua a crescer além dos limites estabelecidos na zona do euro.

Os 17 países que utilizam o euro como moeda corrente tiveram deficit orçamentário equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, uma redução de 2,1 pontos percentuais em relação a 2010. O limite máximo individual estabelecido pela zona do euro é de 3% do PIB.

Apesar de os países estarem se endividando menos, a dívida total na Zona do Euro cresceu de 85,4% para 87,3% do PIB, muito além do teto de 60%.

Já nos 27 países que integram o bloco europeu, o deficit público caiu de 6,5% em 2010 para 4,4% em 2011, enquanto a dívida aumentou de 80% para 82,5%.

Nos países da região mais atingidos pela crise, o resultado acabou sendo maior do que se esperava, principalmente na Espanha, onde o aumento foi de quase um ponto percentual. O deficit orçamentário espanhol foi de 9,4% do PIB, em vez do 8,5% inicialmente previstos.


Na Grécia, o deficit também chegou ao patamar de 9,4%, em vez dos 9,1% estimados pelo Eurostat há alguns meses. O país, o mais afetado pela crise do euro, deverá anunciar em breve novas medidas de austeridade.

Em Portugal, o deficit orçamentário foi de 4,4%, em vez de 4,3%, e na Irlanda atingiu 13,4%, ante os 13,1% esperados.

 

Resultado alemão 

O deficit público na Alemanha foi mais baixo que o esperado, fechando em 0,8% do PIB em vez de 1%, atrás apenas de Luxemburgo (0,3%) e Finlândia (0,6%).

A Alemanha se aproxima de um recorde histórico de arrecadação anual de impostos, registrando em setembro um aumento de 4,2% em relação ao mesmo mês no ano anterior, segundo dados do Ministério das Finanças divulgados na segunda-feira.

O crescimento se deve ao elevado nível de ocupação da força de trabalho, assim como à situação da economia e ao aumento do lucro das empresas.

O Ministério das Finanças espera um aumento de arrecadação maior do que o inicialmente previsto para 2012. Entre janeiro e setembro foi registrada alta de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2011, chegando aos 403,4 bilhões de euros. Esse crescimento nos nove primeiros meses do ano superou a expectativa inicial de 4% para 2012.

Economistas estimam que o valor da arrecadação possa pela primeira vez ultrapassar a marca dos 600 bilhões de euros.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.