Economia
Déficit comercial dos EUA atinge novo recorde em janeiro
primeiro mês de 2025, a balança comercial americana de bens e serviços apresentou um saldo negativo de US$ 131,4 bilhões (R$ 776 bilhões, na cotação atual), seu nível mais alto desde 1992
O déficit comercial dos Estados Unidos, que o presidente Donald Trump pretende reduzir ao impor tarifas aduaneiras, disparou em janeiro, tanto na medição mensal quanto na anual.
No primeiro mês de 2025, a balança comercial americana de bens e serviços apresentou um saldo negativo de US$ 131,4 bilhões (R$ 776 bilhões, na cotação atual), seu nível mais alto desde 1992, 34% acima de dezembro e o dobro em 12 meses, de acordo com dados do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira (6).
O déficit cresceu mais do que o previsto pelos analistas, que o colocavam em US$ 128,7 bilhões (R$ 745 bilhões), de acordo com o consenso publicado pela MarketWatch.
O aumento é explicado principalmente pelo forte crescimento das importações, 10% a mais em relação a dezembro. As exportações também aumentaram, mas em menor escala, em 1,2%.
Em comparação com janeiro de 2024, o déficit comercial dos EUA cresceu 96,5%.
O aumento das importações foi concentrado em produtos, o que confirma que as empresas buscaram reforçar seus estoques diante da previsão de um ajuste tarifário. Foram principalmente as matérias-primas industriais, especialmente metais, que representam quase dois terços do aumento, seguidas por produtos farmacêuticos e equipamentos de informática e telecomunicações.
Trump anunciou em 11 de fevereiro a implementação de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio.
China, União Europeia (UE) e Suíça são as regiões ou países que mais se beneficiaram.
O diferencial negativo com a China ficou em US$ 29,7 bilhões (quase R$ 172 bilhões), acima dos quase US$ 25 bilhões (R$ 144,7 bilhões) em dezembro, enquanto o déficit com a UE aumentou de cerca de US$ 22 bilhões (R$ 127 bilhões) em dezembro para US$ 23,3 bilhões (quase R$ 135 bilhões) em janeiro.
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