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Defesa de Cristina se manifesta em julgamento sobre suposta corrupção

Segundo a vice-presidenta, seu advogado ‘provou de forma documentada que os promotores mentiram descaradamente’

Defesa de Cristina se manifesta em julgamento sobre suposta corrupção
Defesa de Cristina se manifesta em julgamento sobre suposta corrupção
A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner. Foto: Reprodução/AFP
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A vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, iniciou a argumentação de sua defesa nesta segunda-feira 19, por meio da intervenção de seus advogados, em um julgamento por suposta corrupção no qual o Ministério Público pediu uma pena de 12 anos de prisão e inabilitação política perpétua para a líder peronista.

“Houve interferência indevida do poder político na tramitação do processo”, afirmou o advogado Carlos Beraldi na audiência, que durou mais de seis horas.

Kirchner é acusada de associação ilícita e administração fraudulenta agravada, por supostamente ter orientado a atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz, seu berço político, para favorecer o empresário Lázaro Baéz.

Beraldi sustentou que “os auditores disseram que não há indícios de deficiências nos contratos e obras e determinaram que as incongruências nas obras não são consideradas relevantes”.

Ao longo do julgamento, no qual outras 12 pessoas são acusadas, a defesa da vice-presidenta contestou os juízes e promotores envolvidos no caso por considerar que eles têm ligação com o ex-presidente Mauricio Macri, mas esses recursos não prosperaram.

No final da audiência desta segunda, Kirchner comentou no Twitter que Beraldi “provou de forma documentada – como deve ser feito em qualquer julgamento – que (os promotores) Diego Luciani e Sergio Mola mentiram descaradamente”.

O veredito, que pode ser apelado, deve ser conhecido até o fim do ano. Kirchner goza de imunidade parlamentar que a isenta de ser detida ou politicamente inabilitada até que a Suprema Corte argentina emita uma sentença final contra ela.

Uma segunda audiência será realizada nesta terça-feira 20, com os argumentos de defesa de Kirchner. Na sexta-feira 23, acontecerá a terceira e última audiência, na qual acredita-se que a própria vice-presidenta, que é advogada de profissão, poderá intervir.

Kirchner foi inocentada em vários casos por supostos crimes ocorridos quando ela era presidenta, mas ainda enfrenta cinco processos.

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