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Dados sobre cachorros de Milei são protegidos por limites de acesso à informação na Argentina

O porta-voz do presidente argentino se recusa a responder perguntas de jornalistas sobre os animais

Dados sobre cachorros de Milei são protegidos por limites de acesso à informação na Argentina
Dados sobre cachorros de Milei são protegidos por limites de acesso à informação na Argentina
Milei com os cachorros clonados em programa televisivo; imagem foi compartilhada pela empresa de clonagem contratada pelo hoje presidente argentino - Foto: Reprodução
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Um decreto da justiça argentina estabeleceu limites para os requerimentos de acesso à informação pública sobre a “vida privada” do presidente Javier Milei, incluindo qualquer dado referente aos cachorros do atual mandatário, noticiou, nesta quinta-feira 25, a imprensa local.

O decreto da Procuradoria do Tesouro Nacional foi dado em resposta a uma solicitação de informação pública a respeito dos gastos para a manutenção dos cães, que o presidente considera parte de sua família e chama de seus “filhos de quatro patas”.

Os cachorros, quatro Mastins Ingleses que Milei mandou clonar de outro cão falecido anos atrás, moram em canis individuais na residência presidencial de Olivos, situada na periferia norte da capital.

O próprio porta-voz do presidente, Manuel Adorni, se recusou em várias ocasiões a responder a perguntas da imprensa em relação aos cachorros de Milei ao considerá-los “parte de sua intimidade”.

Segundo o jornal Página12, depois de reiteradas tentativas de obter dados sobre os animais, amparados pela Lei de Acesso à Informação Pública, a Procuradoria respondeu que os dados são “de natureza privada e familiar” e “não têm relevância pública”.

“O regime de informações públicas não pode ser transformado por meio de um exercício abusivo do direito em um instrumento para canalizar a simples curiosidade dos cidadãos”, alegou o órgão.

Os pedidos de informação, detalhou o organismo, requeriam dados sobre o número de cães, a raça, os gastos com cuidados e manutenção e a origem dos fundos usados para pagar as obras realizadas para abrigá-los na residência presidencial.

A procuradoria esclareceu, entretanto, que as despesas com os cuidados dos cães presidenciais “não foram pagas com fundos do Tesouro Nacional”.

Tudo relacionado aos cães do mandatário é uma questão delicada para a Presidência, sobretudo quantos são e se o presidente realmente considera que seu primeiro cão, “Conan”, que morreu em 2017, do qual ele clonou os outros, está vivo.

Em março deste ano, durante entrevista à CNN, Milei observou que sua rotina diária começa com uma saudação aos seus cães.

“Vou ver meus filhinhos de quatro patas, é minha forma de relaxar”, disse ele. E acrescentou: “Eles são cinco: Conan, Murray, Milton, Robert e Murray, há cinco canis”.

“Se o presidente diz que há cinco cães, há cinco cães”, disse o porta-voz Adorni em resposta a um jornalista.

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