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Cúpula de Minsk chega a acordo sobre cessar-fogo na Ucrânia

Após mais de 16 horas de negociações, líderes de Alemanha, França, Ucrânia e Rússia, além de representantes dos separatistas, chegam a acordo que entra em vigor a partir do próximo domingo

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, foram mediadores do acordo que coloca um fim ao conflito iniciado em fevereiro de 2014
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Após uma maratona de conversas que se estenderam durante toda a madrugada desta quinta-feira 12 em Minsk, capital de Belarus, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Ucrânia, Petro Poroshenko, da França, François Hollande e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, além de líderes separatistas pró-Rússia, anunciaram pela manhã terem chegado a um acordo sobre a retirada de armas pesadas da fronteira da Ucrânia e para um cessar-fogo, que começará a valer na madrugada de sábado para domingo.

“Conseguimos chegar a um acordo nas questões principais”, afirmou Putin, visivelmente satisfeito. “Concordamos com um cessar-fogo”, declarou. O anúncio foi feito após mais de 16 horas de reunião na capital de Belarus. Segundo o presidente russo, dois acordos foram assinados: um de declaração do cessar-fogo e outro para implementá-lo.

Em uma declaração conjunta distribuída pelo Kremlin, os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França comprometem-se a respeitar a soberania ucraniana e a integridade territorial do país. Os líderes também concordam em participar de encontros regulares para garantir que os pontos do acordo assinado nesta quinta-feira sejam cumpridos.

“O principal ponto acertado é que, de sábado para domingo, será declarado um cessar-fogo geral sem pendência de condição”, declarou Poroshenko, acrescentando que o acordo não garante autonomia a nenhuma área sob controle rebelde no leste ucraniano.

O presidente francês, François Hollande, destacou que ainda há muito trabalho a ser feito, mas que agora são grandes as chances de que a situação melhore na Ucrânia. Segundo Hollande, o anúncio de cessar-fogo é visto como um “alívio” para a Europa.

Ucrânia Prédio em ruínas na região separatista de Donetsk. Foto: Vasily Maximov/ AFP”O texto do acordo, assinado pelo ‘grupo de contato’ e pelos separatistas, trata de todas as questões. Descentralização, controle de fronteiras e retirada de armamento pesado estão incluídos no documento”, disse Hollande, ao lado de Angela Merkel.

Segundo a chanceler federal alemã, já perto do fim do encontro o presidente russo pressionou os separatistas a concordarem com um cessar-fogo no domingo, o que, segundo ela, proporcionou uma “luz de esperança” para acabar com a violência na Ucrânia.

Dúvida sobre Debaltseve

Algumas questões, porém, continuaram em aberto após a exaustiva negociação em Minsk. Segundo Putin, os rebeldes querem que as tropas leais a Kiev se rendam na estratégica Dobaltseve, cidade cuja malha ferroviária faz o transporte entre as bases rebeldes de Donetsk e Lugansk.

Segundo Poroshenko, a rendição não vai acontecer. Ele afirma ainda que as partes concordaram em ajudar a Ucrânia a retomar controle da fronteira com a Rússia, no leste.

Putin destacou que o acordo de paz contém elementos para estabelecer um status especial às regiões rebeldes e resolver questões humanitárias e relacionadas a controle de fronteira.

Armas dos EUA

Líderes europeus aumentaram os esforços para se chegar à paz na região especialmente depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sob pressão interna, afirmou avaliar a possibilidade de enviar armas e munição para as Forças Armadas da Ucrânia.

A União Europeia considera que a medida agravaria ainda mais o sangrento conflito, e colocaria em risco as chances de um acordo diplomático. Pelo menos 5,3 mil pessoas já morreram nos confrontos entre rebeldes pró-Rússia e tropas aliadas a Kiev no leste da Ucrânia. E a violência aumentou nos últimos dias.

MSB/dpa/afp/rtr/ap

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